Estoques ajustados e alto índice de vendas antecipadas nas principais origens alimentam altas da soja

Publicado em 17/11/2020 17:43 e atualizado em 17/11/2020 18:18
Safra muito pré-vendida e atrasada na América do Sul pode, segundo consultor, gerar algum estresse no ambiente de negócios. Produtor adota postura mais cautelosa e conservadora neste momento, esperando desenvolvimento das lavouras e próximas oportunidades.
Fernando Pimentel - Agrosecurity Consultoria

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Entrevista com Fernando Pimentel - Agrosecurity Consultoria sobre o Fechamento de Mercado da Soja

 

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Os preços da soja fecharam em alta nesta terça-feira (17) pelo terceiro pregão consecutivo na Bolsa de Chicago e com os patamares mais elevados em quatro anos. Em um quadro de demanda muito presente e forte no mercado, os estoques ajustados e os elevados índices de vendas antecipadas nas principais origens têm alimentando as altas da commodity. 

As cotações terminaram o dia subindo entre 10,75 e 16 pontos nos principais contratos, levando o janeiro a US$ 11,69 e o março a US$ 11,68 por bushel. 

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"Todo mundo saiu na frente para antecipar suas vendas e isso já gera uma dificuldade de mensurar a pressão que o mercado vai sofrer também em 2021, principalmente se não colher bem esta safra da América do Sul. Não podemos ter uma quebra de safra no hemisfério Sul", explica Fernando Pimentel, consultor de mercado da Agrosecurity Consultoria em entrevista ao Notícias Agrícolas. 

A tendência positiva para os preços da soja permanece muito forte e consistente, sem espaço para registrarem patamares mais baixos do que os observados atualmente. Além dos fundamentos, o comportamento dos produtores evitando novas vendas neste momento, afinal, acabam sendo mais um fator de suporte e estímulo às cotações.

"Estamos com uma safra muito pré-vendida e atrasada (...) E o comprador neste momento também está em compasso de espera. Ele já comprou bastante e tem que ver como será essa questão da colheita. Vai ser uma safra relativamente estressante, para quem comprou e quem vendeu. Tem muito valor envolvido, muita volatilidade envolvida, temos discrepâncias de valor e tudo isso vai gerar algum stress no ambiente de negócios", explica o consultor. 

Nesta terça, os preços da soja nos portos do Brasil terminaram o dia com estabilidade, com o produto disponível com referência nos R$ 165,00 em Paranaguá, e R$ 164,00 em Rio Grande. Para a nova safra - fevereiro/21 - R$ 146,00 e R$ 144,00, respectivamente. 

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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