Custos safra 2021/22: Fosfatados têm maior valor desde 2008, aponta série histórica do Cepea

Publicado em 26/03/2021 10:21 e atualizado em 26/03/2021 11:22
Mauro Osaki - Pesquisador do Cepea/Esalq

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Fosfatados têm maior valor desde 2008, aponta série histórica do Cepea

 

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Os custos de produção para a safra 2021/22 de soja já sinalizam aumentos importantes e um dos itens que mais chamam a atenção neste momento são os fertlizantes fosfatados, que refletem seus maiores valores desde 2008, segundo aponta a série histórica do Cepea. Os preços têm tentado acompanhar os preços da commodity no mercado internacional e ainda são influenciados por uma demanda mais intensa. 

"Há uma corrida desta matéria-prima no mercado internacional, principalmente dos EUA, em que temos uma taxação da importação desse produto nos Estados Unidos (a partir já de abril), uma vez que há um processo de dumping de uma empresa que alega que algumas empresas do mercado internacional têm praticado preços fora do que é justo. E isso fez com que os traders antecipassem as compras desses fosfatados, e isso fez aumentar a demanda nesse período em quem é normal, mas estão comprando talvez um pouco a mais por conta dessa taxa", explica Mauro Osaki, pesquisador do Cepea em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta sexta-feira. 

No Brasil, os produtores aproveitaram melhores momentos antes dessa dispara de cerca de 30% do MAP em fevereiro em relação a janeiro, e fizeram boa parte de suas compras. Neste momento, os negócios se dão mais com o cloreto de potássio, que não subiu tanto como os fosfatados. 

Ainda segundo Osaki, em Sorriso/MT, as compras dos fertilizantes já estão muito adiantadas, concluídas em 80%, contra cerca de 40% do registrados no mesmo período do ano passado. Em Cascavel/PR, são apenas 11%. No Sul é tradicional que as compras aconteçam um pouco mais tarde, com os produtores aguardando pelas campanhas das cooperativas para as compras dos pacotes de insumos. 

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As relações de troca ainda são favoráveis para o produtor brasileiro, porém, não para todo o setor, já que são poucos os produtores que ainda têm bons volumes de soja para aproveitar esses preços acima dos R$ 140,00 por saca. E para os defensivos é ainda melhor. 

"Para os defensivos, de uma forma geral, isso está melhor, porque os fertilizantes deram essa disparada, especialmente o fosfato. Então, se comparado este período com o mesmo período do ano passado, a relação de troca ainda é favorável para o produtor rural", explica Osaki, ressalvando que pouca soja há ainda a ser comercializada nos atuais níveis de preço.

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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