Consumo de etanol dá sinais de recuperação na PB, após impacto da pandemia

Publicado em 04/05/2021 15:18 e atualizado em 04/05/2021 16:36
Em fevereiro (último mês com levantamento), estado registrou vendas de 21 milhões de litros do biocombustível, apesar de seguir preferência do Nordeste pela gasolina
Edmundo Barbosa - Presidente do Sindalcool Paraíba

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Entrevista com Edmundo Barbosa - Presidente do Sindalcool Paraíba sobre o mercado do etanol

 

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​O consumo de etanol na Paraíba tem dado sinais de recuperação neste início de 2021, segundo dados do Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool na Paraíba (Sindalcool-PB), após impacto na demanda pela pandemia do coronavírus nos últimos meses e a paridade desfavorecida do biocombustível ante a gasolina. Ainda assim, segue o tradicionalismo do Nordeste com a gasolina.

Em fevereiro de 2021 (último mês com levantamento finalizado), o estado consumiu cerca de 21 milhões de litros de etanol hidratado, um salto de mais de 20% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando a pandemia estava no início no Brasil. Com reflexos da Covid-19, em todo o ano de 2020, o consumo total do biocombustível chegou a 146,23 milhões de litros no estado.

Segundo Edmundo Barbosa, presidente do Sindalcool-PB, além dos impactos da pandemia na demanda por etanol, o consumidor no Nordeste já tem por tradição consumir mais a gasolina, que tem na mistura o etanol anidro. Um dos motivos para esse posicionamento é que, diferente de São Paulo, por exemplo, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na Paraíba é de 27%.

“Nós precisamos valorizar mais o nosso produto aqui na região. Valorizar para que as pessoas que abasteçam façam isso conscientemente... Mais do que o futuro, nós precisamos de consumidores conscientes”, pontua Barbosa. O Sindalcool-PB, inclusive, realiza trabalhos para o esclarecimento da população regional sobre os benefícios do etanol.

Apesar do posicionamento de consumo no estado mais focado para matriz fóssil, a Paraíba é o terceiro maior estado produtor de cana-de-açúcar da região Nordeste. Na safra 2020/21, a produção de cana-de-açúcar no estado deve diominuir ante o ciclo anterior, com cerca de 6 milhões de toneladas, recuo de cerca de 7% na produção do biocombustível (387 milhões de litros), mas alta na produção de açúcar.

“A próxima safra nossa, que começa entre julho e agosto, não temos dúvidas de que será importante. No entanto, não devemos crescer no percentual de cana moída. Se a gente alcançar o mesmo número de 6 milhões de t, já terá sido uma grande conquista porque aqui o risco climático faz toda a diferença”, destaca Barbosa.

Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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