Soja: Todo cuidado é pouco

Publicado em 30/03/2012 15:14 e atualizado em 30/03/2012 16:54
Por Liones Severo.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reduziu a área de soja para a próxima safra norte-americana, surprendendo o mercado por não repetir a área estimada e anunciada no fórum de fevereiro, de 75 milhões de acres, como normalmente fazem.
 
Após as perdas das safras sulamericanas e com produção de área reduzida da safra americana, o resultado é o mais crítico estoque de passagem da história, que sugere preços elevados para os próximos 2 ou 3 anos.
 
A história se repete. Este dia de 31 de março sempre ofereceu uma forte elevação dos preços das commodities agrícolas, desta vez com uma maior contribuição pelos números divulgados pelo USDA nesta sexta-feira.
 
Importante notar que os fundos estão com posições imensas, tanto na soja como no milho, na Bolsa de Chicago. Lembrando que, no mês de agosto do ano passado, estavam com 240.000 contratos comprados, que desimobilizaram oferecendo uma queda de preços desde US$ 14,50 por bushel, até cerca de US$ 11 no mês de novembro passado, com forte volatilidade.
 
Atualmente, os fundos estão carregando posições compradas em cerca de 210.000 contratos de soja, ou cerca de 28 milhões de toneladas, o que sugere uma forte realização de vendas durante o mês de abril, como o fazem normalmente. Os recentes balancetes dos fundos de investimentos, inclusive commodities agrícolas, apontam os melhores resultados desde 1998, neste primeiro quadrimestre de 2012.

Aparentemente, a volatidade que oferece a crise macro da Zona do Euro tem resultado em grandes lucros no fluxo de capital especulativo. Esta é a razão que esta indústria tem carregado o problema da Grécia e agora de Portugal, por um longo tempo.
 
No mesmo cenário, a volatilidade será também implacável com os preços dos produtos agrícolas, no conjunto de estoques críticos e safras reduzidas. Em qualquer situação, ainda não vimos os preços mais elevados deste ano, o que sugere um bom desempenho para o contrato de junhopara os preços das commodities agrícolas.

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Fonte: Liones Severo

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