Procafé: Recepa mecanizada em cafeeiros adensados

Publicado em 26/10/2016 08:50

A recepa é um tipo de poda em cafeeiros que só deve ser usado em ultimo caso, quando não existir outra alternativa, pois promove perda de produtividade na lavoura,  já que as plantas podadas demoram a recuperar sua copa.

Nos cafezais no sistema adensado é comum, de tempos em tempos, visando  a re-abertura da lavoura e recomposição da ramagem produtiva dos cafeeiros fechados, efetuar a recepa. No entanto, ocorrem dificuldades na execução da operação dessa  poda, de forma mecanizada, através do uso de recepadeira tratorizada, devido ao fechamento da lavoura e pelo pequeno espaço nas ruas do cafezal. Também fica difícil manejar os resíduos da poda.

Na presente nota técnica apresenta-se uma nova maneira para facilitar o corte mecanizado na recepa das plantas adensadas, bem como o manejo dos resíduos cortados. Para demonstrar como se pode mecanizar, ao máximo,  a recepa nas condições de cafezais adensados toma-se o exemplo de uma lavoura no espaçamento de 1,8 X 0,5 m, fechada e necessitando da poda.

O procedimento a utilizar consiste em –

1º - Iniciar cortando, com moto-serra, uma a cada duas linhas de cafeeiros, com corte o mais baixo possível, a cerca de 15 cm do solo.

2º - Sobre essa linha entra o trator, a cavaleiro, com roçadeira ou trincha, operando com o implemento mais alto do chão, para triturar as plantas cortadas, sem prejudicar os pequenos tocos de cafeeiros.

3º - Com a abertura da área, passa-se, agora, o trator normal, com a recepadeira mecanizada, para recepar a linha vizinha, que tinha ficado sem cortar.

4º - No final, passa-se, com trator estreito, uma trincha ou roçadeira, para finalizar a trituração dos galhos.

Como no cafezal adensado a recepa ocorre em ciclos mais curtos, os troncos são normalmente finos, o que ocorre, ainda, pelo próprio adensamento, assim o trabalho com roçadeira ou trincha fica bom, deixando o terreno livre, sem necessidade de retirada de material lenhoso, o que é vantajoso, pois economiza mão de obra e, ao mesmo tempo, deixa os resíduos na área, como adubo.

J.B. Matiello  – Eng Agr Fundação Procafé

Fonte: Procafé

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