Tecnologia na agricultura: gerenciar com precisão, por José Luiz Tejon

Publicado em 12/06/2017 16:07
José Luiz Tejon Megido, Conselheiro Fiscal do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) e Dirige o Núcleo de Agronegócio da ESPM.

O agronegócio brasileiro em 2016 cresceu 4,48% perante o ano anterior. O total das receitas envolvidas no agro do Brasil atinge mais de um trilhão, quatrocentos e setenta e sete bilhões de reais. O antes da porteira representa 11,7 % desse total, o dentro da porteira - a produção agropecuária propriamente dita - significa 30,5% do total do agronegócio, e o pós-porteira das fazendas, que seriam a indústria, varejo e serviços, valem 57,8%.

Para realizar esses mais de 1 trilhão e quatrocentos bilhões de reais de negócios, o país utiliza cerca de 173 bilhões de reais como insumos, máquinas, produtos veterinários , sementes, adubo, defensivos.

E agora chega a inovação da agricultura de precisão, em que vamos saber cada micro detalhes. E fica aqui a pergunta: qual a qualidade da utilização dessa tecnologia no campo? Quanto erramos na administração das máquinas, na dosagem de defensivos e de adubos, no stand do plantio das sementes? Quanto erramos no manejo e uso de medicamentos e da nutrição animal?

Quando olhamos as máquinas novas, monitoradas por sensores, verdadeiros robots podemos prever que cerca de 30% desse custeio e investimentos em tecnologia não está sendo utilizado com eficácia.

Isso significa que há um potencial de melhoria de utilização da tecnologia em um equivalente a 50 bilhões de reais e, com isso, da mesma forma melhoraríamos a produtividade agropecuária do país, com mais resultados em receitas, exportações e rentabilidade.

O BIG Data na agricultura irá apontar inúmeros ganhos e avanços no uso da tecnologia e vai permitir que os produtores rurais do país inteiro ganhem na eficiência e na eficácia do uso dos insumos e das suas máquinas.

Tecnologia, não basta ter, precisa saber usar e gerenciar com precisão. 

Fonte: CCAS

NOTÍCIAS RELACIONADAS

A poluição dos solos agrícolas, por Afonso Peche
A importância da biodiversidade funcional, por Afonso Peche
O agro que dialoga, educa e conecta: a força das mulheres na transformação do setor, por Geni Schenkel
Risco erosivo, uma constante na agricultura brasileira, por Afonso Peche
A exaustão de 2025 não cabe em 2026, por Luciana Martins
Dia Mundial do Solo: da comemoração à luta pela gestão ecológica dos solos urbanos