Na VEJA: Médica cubana deserta e pede refúgio em gabinete de Ronaldo Caiado

Publicado em 05/02/2014 05:53 e atualizado em 05/02/2014 13:57
Deputado do DEM deu abrigo a ex-integrante do Mais Médicos que alega estar sendo perseguida pela PF e diz ter medo de ser mandada de volta para Cuba (por Marcela Mattos, da equipe de VEJA em Brasília).

O deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO), um dos principais opositores ao programa Mais Médicos, levou uma médica cubana ao plenário da Câmara nesta terça-feira para denunciar uma possível perseguição da Polícia Federal à estrangeira. O DEM deve pedir ao governo brasileiro a concessão de asilo político. Enquanto isso, a médica vai morar no gabinete da liderança – a PF não tem autorização para entrar no Congresso caso haja algum pedido de prisão. 

A cubana Ramona Matos Rodriguez, de 51 anos, afirmou ter "se sentido enganada" após ter tomado conhecimento de que recebia menos que os colegas de outras nações, o que a motivou a fugir de Pacajá, no Pará, onde trabalhava desde outubro. A médica diz ter deixado a cidade no último sábado. Ela não explicou, porém, como chegou a Brasília nem como fez contato com o deputado goiano, que promete abrigo.

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"Comuniquei ao presidente da Câmara que ela está aqui e exigimos segurança. Vamos ceder o espaço físico do gabinete a quantos cubanos quiserem vir", disse Caiado, que também é médico. A cubana, que diz ter medo de ser presa e enviada de volta ao regime ditatorial de Cuba, afirma que estava sendo monitorada pela Polícia Federal brasileira e que teve o telefone grampeado.

O Mais Médicos, programa do governo federal de 'importação' de profissionais para dar atendimento nos rincões do Brasil, estabelece uma bolsa de 10.000 reais para os participantes – estrangeiros ou não. Apenas os cubanos têm salário diferenciado, já que parte da remuneração é injetada no regime dos irmãos Castro. A médica disse receber 400 dólares mensais, enquanto outros 600 dólares seriam depositados em uma conta em Cuba, recurso que poderia ser retirado ao retornar ao país. O restante do dinheiro da bolsa, cerca de 7.500 reais, vai para o governo cubano.

Reinaldo Azevedo: Contrato de médica pode ser indício de caixa dois eleitoral

Caiado apresentou o contrato da cubana firmado pela Sociedade Mercantil Cubana Comercializadora de Serviços Cubanos – o governo brasileiro anunciou contratação via Organização Pan-americana da Saúde (Opas), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS). O deputado pede esclarecimentos sobre o formato usado para os cubanos chegarem ao Brasil.

A cubana Ramona Matos Rodrigues, em plenário. Parlamentares do DEM, liderados pelo deputado Ronaldo Caiado (GO), denunciam que a médica teve seu telefone grampeado e foi buscada por policiais federais na residência que ocupava em Pacajá, no Pará, após ter deixado a cidade frustrada com os valores pagos pelo trabalho no programa Mais Médicos(Pedro Ladeira/Folhapress)

Câmara dos Deputados não vai expulsar médica cubana, diz presidente da Casa

O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmou nesta quarta-feira que não pode interferir sobre o abrigo concedido pela liderança do Democratas à médica cubana que desertou do programa Mais Médicos. Ramona Matos Rodriguez, 51 anos, fugiu da cidade paraense de Pacajá no último sábado e afirma estar sendo perseguida pela Polícia Federal. Ela passou a primeira noite no gabinete do DEM nesta terça-feira. 

“É o espaço da liderança, então eu não poderia interferir. É uma decisão de exclusiva responsabilidade do Democratas, é um espaço a eles reservado nesta Casa. Portanto, é um direito deles e vamos respeitar”, disse Henrique Alves. “Fora do gabinete seria área da Câmara, área pública. Mas do jeito que está colocado vou respeitar porque está no limite do DEM”, continuou. 

Alves negou ter feito qualquer contato com a Polícia Federal para tratar do tema ou ter solicitado um reforço na segurança. Segundo ele, o DEM não fez qualquer pedido em termos formais e tampouco “há necessidade” de intensificar a segurança da Casa. 

Nesta tarde, o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), e o ex-líder Ronaldo Caiado (GO) vão se reunir com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para pedir asilo para a médica. 

Ramona teme ser deportada para Cuba e entregue ao regime ditatorial dos irmãos Castro. Ela afirma ter se sentido “enganada” após tomar conhecimento de que recebia menos que os colegas de outras nações, o que a motivou a fugir de Pacajá, onde estava desde outubro. 

O Mais Médicos, programa do governo federal de 'importação' de profissionais para dar atendimento nos rincões do Brasil, estabelece uma bolsa de 10.000 reais para os participantes – estrangeiros ou não. Apenas os cubanos têm salário diferenciado, já que parte da remuneração é injetada no regime cubano. A médica disse receber 400 dólares mensais, enquanto outros 600 dólares seriam depositados em uma conta em Cuba, recurso que poderia ser sacado ao retornar ao país. O destino do restante do dinheiro da bolsa, cerca de 7.500 reais, iria para o governo cubano. 

Fonte: veja.com.br

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