Setor produtivo aguarda aprovação de Projeto de Lei sobre terceirização na atividade agrícola

Publicado em 17/11/2014 09:35

O setor agrícola de todo o país está na expectativa da aprovação do Projeto de Lei (PL) 4.330, de autoria do Deputado Federal Sandro Mabel, que formaliza e regulamenta a terceirização de atividades-fim no Brasil, permitindo a inserção de empresas especializadas em serviços de plantio, colheita, cuidado com a lavoura, entre outros  itens essenciais para a atividade. Isso reduzirá os custos do produtor com mão de obra e maquinário e contribuirá para modernizar ainda mais o setor. O assunto foi discutido durante workshop sobre Legislação Trabalhista Rural, realizado pela Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), na última semana, do qual a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) participou.
 
Mato Grosso, maior produtor de grãos do país e que mais utiliza a agricultura mecanizada, seria um dos mais beneficiados com a aprovação da pauta, segundo avaliação da Famato. De acordo com a assessora jurídica da entidade, Elizete Araújo, se o projeto de lei for aprovado possibilitará que seja contratada mão de obra especializada terceirizada para realizar atividades-fim que são, por exemplo, plantio, colheita e trato da lavoura, como a aplicação de defensivos agrícolas. Atualmente, a legislação vigente permite a terceirização apenas da atividade-meio, como serviços de administração e fornecimento de refeições para funcionários das propriedades rurais.
 
“Com isso, o produtor poderá contratar mão de obra ou empresa especializada nestes serviços, o que diminuirá os custos com mão de obra e maquinário moderno. Estes custos são considerados elevados e exigem conhecimento especializado no manuseio do equipamento, o que em geral está fora do alcance da maioria dos produtores. Além disso, os trabalhos, como plantio e colheita, poderão ser finalizados em um prazo menor”, explica Elizete.
No Brasil, embora ainda não exista regulamentação do tema, a terceirização tem sido praticada de forma precária. Esse fato leva à existência de irregularidades, fraudes, supressão de verbas trabalhistas e intermediação indevida de mão de obra.

A matéria prevê as seguintes mudanças: proibição de intermediar mão de obra, distinguindo a terceirização dos processos comuns de recrutamento e seleção de empregados; possibilidade de a terceirização ocorrer tanto para pessoa física quanto jurídica, fator essencial para a área agrícola porque grande parte dos produtores são pessoas físicas; e estabelece que a empresa terceirizada terá de comprovar sua capacidade  em executar o serviço contratado.
 
Em tramitação no Congresso Nacional desde 2004, e já aprovado pelas comissões, a expectativa é que o Projeto de Lei seja votado até o final deste ano pelo plenário da Câmara dos Deputados. Para saber mais sobre o projeto acesse: https://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1124964&filename=Tramitacao-PL+4330/2004

Fonte: Famato

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Número de mortos por chuvas no RS sobe para 95; ainda há 131 desaparecidos
Senado aprova projeto de calamidade no RS que facilita repasses federais ao Estado
FPA propõe medidas emergenciais para ajudar na reconstrução do Rio Grande do Sul
Soja e milho e café arabica tem ajuste positivo no mercado. Dólar cai antes dos juros no Brasil
Ibovespa fecha em alta com balanços; Itaú sobe 2%