EXCLUSIVO: Na irrigação, americanos usam mais e gastam menos água

Publicado em 08/09/2010 11:16 e atualizado em 08/09/2010 12:06
Uma pesquisa realizada no ano passado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos mostra que o consumo de água pelos produtores irrigantes caiu nos últimos cinco anos. Esse cenário é resultado de anos de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias, que permitem a maior eficiência na irrigação, redução no consumo de água e redução nos custos do produtor.

A mudança gradual na forma de produção no estado passa pela substituição da irrigação de gravidade para a irrigação por aspersão, com utilização de pivôs centrais. Atualmente, cerca de
80% dos produtores norte-americanos utilizam o pivô. Existem três modelos, o linear, o de canto e o mais comum, o central. De acordo com o pesquisador do Delta Center da Universidade do Missouri, Jim Heiser, o sistema de irrigação por pivôs centrais apresenta uma grande vantagem em relação a outros tipos. Ele afirma que “o consumo de energia elétrica é menor, há uma uniformidade na aplicação da água, há a possibilidade de aplicação precisa de fertilizantes e outros produtos químicos que podem ser misturados à água durante o processo, além da exigência de mão-de-obra, que é muito menor porque o produtor consegue controlar o equipamento em um
único ponto na lavoura ou pela sua casa, através de informações emitidas por um GPS”.

Uma pessoa que conhece pela primeira vez um pivô não sabe a importância que cada elemento tem para a atividade de irrigação. Um dos equipamentos mais importantes para o sucesso deste modo de produção são os aspersores (veja foto abaixo). Pablo Herrera, diretor internacional da  maior indústria produtora de aspersores do mundo, afirma que “o momento mais importante para o produtor é o momento da escolha dos bicos que vai utilizar.

O produtor precisa levar em considerações três elementos, que são o tipo de cultura, tipo de solo e o vento”. Para cada solo temos um tipo específico de aspersor. Se a propriedade contar com um solo argiloso, as gotas precisam ser pequenas, para que não exista um impacto e uma compactação do solo, um dos piores cenários para o produtor. Quanto mais compactado o solo menor será a entrada de água. Apesar disso, é necessário que se analise também o vento.

Se o vento for muito forte o produtor terá que encontrar um meio termo, uma gota que consiga chegar ao solo, mas que não cause problemas de compactação. Se o produtor conta com um solo arenoso ele precisa de uma gota grande, que consiga entrar no solo e chegar até a raiz.

Os tipos de aspersores tem preços diferentes. Pablo Herrera, que conhece muito bem o Brasil e a produção agrícola por aqui, afirma que “esse um dos problemas dos produtores brasileiros que utilizam a irrigação. Eles não levam em consideração o tipo de cultura, tipo de solo e vento, eles querem saber somente do preço. Na grande maioria das vezes a produtividade de uma área fica abaixo do esperado por escolhas erradas.”


A maior fabricante do mundo de pivôs, a norte-americana Valmont Valley, desenvolve um projeto pioneiro com produtores de arroz, universidade e USDA, conhecido como Ciclos do Arroz. O projeto conta com o apoio do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, Universidade do Nebraska e uma empresa produtora de sementes híbridas, conhecida como Ricetec. Há três anos, uma série de produtores foram incentivados a iniciar o plantio do arroz com irrigação por pivôs centrais. Alguns eram novos na cultura e outros já plantavam o produto de outra maneira, com inundação.

Patrick Hulshof, que plantou pela primeira vez arroz em sua propriedade no Missouri, afirma que o pivô foi essencial para o desenvolvimento da cultura. “Aqui na nossa propriedade o solo é muito arenoso e não permite o cultivo do arroz por inundação, porque esse tipo de solo não consegue reter a água. Mas com a utilização do pivô central aqui na minha propriedade pela primeira vez eu plantei arroz. Estou muito feliz com o resultado, a produtividade está muito boa e ganhei mais um produto para incluir na rotação de cultura que realizamos aqui”.

Fonte: Redação NA

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