Café: NY recupera parte das perdas da sessão anterior; chuvas são registradas no cinturão produtivo

Publicado em 04/11/2014 09:28 e atualizado em 06/11/2014 09:28

A Bolsa de Nova York (ICE Futures US) para o café arábica anota leve baixa na manhã desta terça-feira (4). Por volta das 13h22, o contrato dezembro/14 registrava 187,50 cents de dólar por libra peso e o março/15 anotava 191,80 cents/lb, ambos com alta de 165 pontos, o maio/15 tinha 195,30 cents/lb com valorização de 270 pontos e o julho/15 trabalhava com 197,80 cents/lb com 315 pontos positivos.

Na sessão anterior, o mercado também fechou em baixa com notícias sobre a chuva nas principais cidades produtoras do país. Segundo o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Sérgio Carvalhaes, o mercado já precificou que a safra do próximo ano será baixa. “O mercado registra variação conforme boatos e notícias no cinturão produtivo, outra questão que fez com que a oscilação fosse bastante forte foi o dólar”, afirma.

A principal florada do café que favorecerá a produção para 2015/16 já pode ser vista em grande parte das cidades produtoras. No entanto, com as condições climáticas adversas restam dúvidas quanto ao ‘pegamento’.

>> Principal florada do café é registrada no cinturão produtivo

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Veja as cotações completas de café nesta terça-feira (4).

Veja como fechou o mercado do café na última segunda-feira:

Café: NY fecha em baixa com chuvas no Brasil; florada é registrada nas cidades produtoras

Por Jhonatas Simião

A Bolsa de Nova York (ICE Futures US) para o café arábica fechou com queda nesta segunda-feira (3) com as chuvas no cinturão produtivo. O vencimento dezembro/14 registrou 185,85 cents de dólar por libra peso e o março/15 anotou 190,15 cents/lb, ambos com desvalorização de 215 pontos. O maio/15 encerrou a sessão cotado a 192,60 cents/lb com recuo de 220 pontos e o vencimento julho/15 fechou com 194,65 cents/lb e baixa de 235 pontos.

De acordo com o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Sérgio Carvalhaes, o mercado já precificou que a safra do próximo ano será baixa. “O mercado registra variação conforme boatos e notícias no cinturão produtivo, outra questão que fez com que a oscilação fosse bastante forte foi o dólar”, afirma.

Ainda segundo Carvalhaes, a questão cambial provoca uma arbitragem que também influencia nas cotações. “Quando o dólar sobe, a Bolsa de Nova York tende a recuar e o contrário também acontece”, diz. A alta do dólar ante o real encoraja as exportações de café. Nesta segunda (3), a moeda norte-americana subiu 0,88 por cento e está cotada a 2,5005 reais na venda.

A principal florada do café que favorecerá a produção para 2015/16 já pode ser vista em grande parte das cidades produtoras. No entanto, com as condições climáticas adversas restam dúvidas quanto ao ‘pegamento’. “As floradas variaram em relação a quantidade de chuva em cada cidade. Essa é a última floração para a próxima safra, pode até ser que algumas cidades tenham ‘floradinhas’, mas no geral agora acabou”, explica o técnico da Procafé, Alysson Fagundes.

>> Principal florada do café é registrada no cinturão produtivo

Para Carvalhaes, mesmo com a florada, os operadores sabem dos prejuízos para 2015/16 e já precificaram isso, a chuva agora será benéfica para o desenvolvimento dos chumbinhos. “A safra do ano que vem já está comprometida, mas ainda não é possível quantificar as perdas. As chuvas agora importam para a formação dos grãos, por exemplo. Com essas cotações vigentes, o mercado está dizendo que pode chover o quanto for que não mudará o tamanho da próxima safra”, diz.

Ainda segundo o analista do Escritório Carvalhaes, com a perspectiva de safra baixa para o próximo ano, no longo prazo valorizações mais expressivas devem ser registradas na bolsa norte-americana. “A alta virá devido a lei da oferta e procura. Sempre existe um estoque de segurança, mas esses estoques pelo que se sabe são suficientes só para 40 dias”, explica.

Segundo a Organização Internacional do Café (OIC), o déficit na temporada 2015/16 pode ser o maior em nove anos. Enquanto isso, a demanda global de café deve crescer 2,5% (4,95 milhões de toneladas) neste ano de acordo com dados da Euromonitor International.

De acordo com boletim divulgado pela Somar Meteorologia, áreas de instabilidade e uma nova frente fria, que chega nesta terça-feira (4), devem manter as condições favoráveis para chuva em boa parte das áreas cafeeiras.

>> Clima: Nova frente fria atinge as regiões Centro-Oeste e Sudeste entre os dias 8 a 12 de novembro

Mercado interno

O lado interno continua travado com cafeicultores esperando números da produtividade para a próxima safra antes de negociar o café pelo preço proposto pelos compradores. "A dica para o cafeicultor é vender a produção nos picos de alta e não negociar tudo de uma vez", afirma Carvalhaes.

No entanto, segundo o analista, nos próximos dias mais negócios podem ser registrados. “Estamos entrando nos meses de maior exportação e devido a isso o mercado deve ser mais procurado no físico e por isso, teremos melhora”, diz.

O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou alta na sexta-feira (31) e está cotado a R$ 442,90 a saca de 60 kg com avanço de 0,87%.

O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Franca-SP mesmo com queda de 2,04% e está cotado a R$ 540,00 a saca de 60 kg. O cereja teve valorização expressiva em Patrocínio-MG com 8,51% e R$ 510,00 a saca.  

O tipo 4/5 de café arábica anotou maior valor em Guaxupé-MG com R$ 510,00 a saca mesmo valor da sexta-feira. Já no tipo 6 duro, o maior valor de negociação foi na cidade Araguarí-MG com R$ 470,00.

Tipo 4/5 encerra no campo misto na BM&F

As cotações do café arábica tipo 4/5 fecharam no campo misto na BM&F Bovespa. O vencimento dezembro/14 encerrou o dia com US$ 220,50 a saca de 60 kg e alta de 0,87%, o março/15 anotou US$ 227,45 e valorização de 0,42% e o setembro/15 registrou queda de 0,56% com US$ 238,00 a saca. O tipo 6/7 não teve negócios.

Robusta fecha em alta em Londres

As cotações do café robusta na Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres (Liffe) registraram alta. O contrato novembro/14 está cotado a US$ 2.074,00 por tonelada com alta de US$ 26 por tonelada e o janeiro/15 teve US$ 2.074,00 por tonelada com valorização de US$ 26 por tonelada.

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Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

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