Cada vez mais as mulheres estão presentes na cafeicultura: Das atividades administrativas ao campo

Publicado em 25/05/2020 11:49 e atualizado em 25/05/2020 15:34

Cada vez mais presente nas avitidades do campo, o número de mulheres envolvidas na produção de café do maior produtor e exportador do mundo, também cresce. Cada vez mais é comum encontrar com lideranças femininas nas lavouras de café e na região de Franca/SP os números da Cocapec - cooperativa que atende a região, mostram que nos últimos oito anos o aumento da presença feminina na cafeicultura foi de 9%. 

Segundo  Saulo de Carvalho Faleiros, Diretor Comercial da Cocapec, a cooperativa vem acompanhando ao longo dos anos o interesse da mulher em participar da rotina das lavouras, sobretudo fazem com maestria as demandas administrativas, garantindo o bom desenvolvimento das produções. "Nós temos dois movimentos, o da esposa que participa cada vez mais e das filhas dando continuidade nos negócios da família. É nitído a gestão da mulher e o maior cuidado na colheita em geral, por exemplo", afirma Saulo. 

Para a produtora Giane Bisco, trabalhar com cafeicultura é também uma mudança nos rumos da história. Ela conta que os avós eram produtores de café, mas seu pai resolveu mudar as direções e trabalhar com soja. Além das questões familiares, quando se formou há um tempo atrás, Giane fez o curso de psicologia, porque o pai, conservador, não dava abertura para que fizesse agronomia. Segundo Giane, em 1999 ela tomou a decisão de regastar a vontade de trabalhar com agronegócio e passou investir nas lavouras de café. 

"Em todas as decisões, nos planejamentos, em tudo eu participo. Estou sempre atento aos tratos de culturais, como começar a colheita, sempre pensando em boa qualidade", comenta. Desataca ainda ter sido a primeira mulher a fazer parte do Conselho de Administração da Cocapec. 

Já no caso da produtora Taís Silva Fernandes de Miranda, de Nova Resende, no sul de Minas Gerais, a cafeicultura é uma herança familiar. "Sempre ajudei meus pais na lavoura e no terreiro e continuei depois que casei. Nossa propriedade é administrada pela família e eu atuo no pós colheita, sempre visando a qualidade do nosso café", conta. Falando em qualidade, em 2018 foi a primeira vez que Taís participou de um concurso no próprio municípío e recebeu boas notas nos lotes de café. "Esse concurso fez com que eu buscasse mais informações de como produzir cafés especiais", comenta. 

Pesquisando sobre o envolvimento das mulheres na cafeicultura, Taís encontrou a IWCA (Aliança Internacional das Mulheres do Café) - uma organização que dá visibilidade às mulheres em toda a cadeia do negócio do café, inspirando e fortalecendo o trabalho e o empoderamento feminino. "Mee tornei filiada e vem me ajudando e agregando muito aprendizado através de mulheres muita inspiradoras e batalhadoras. No ano passado, através da IWCA conheci o concurso Nacional Florada Premiada, onde fiquei entre os 100 melhores cafés na categoria Natural e entre os 26 finalistas na categoria cereja descascado", conta. 


Taís Silva Fernandes Miranda na sua lavoura em Nova Resende/MG

Maria Julia Pereira, também do sul de Minas Gerais, comanda uma produção média de 2500 sacas. Começou a colheita na semana passada, sem grandes problemas.  E também é um retrato das mulheres que são lideranças nas atividades do campo. Maria participa ativamente das atividades nas lavouras, espera uma boa produção para a safra que está entrando no mercado, destacando que apesar das condições da pandemia do Coronavírus, os trabalhos devem alcançar sem maiores problemas. 


Maria Julia acompanha de perto desenvolvimento das lavouras em duas
 cidades no sul de Minas Gerais

 

 

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Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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