Café: Semana finaliza com movimentos técnicos, de olho no clima no Brasil e no Vietnã

Publicado em 23/10/2020 16:44 e atualizado em 25/10/2020 16:19
Quantidade de chuva será determinante para produção de arábica e conilon

O mercado futuro do café arábica encerrou a semana com desvalorização técnica para as principais referências na Bolsa de Nova York (ICE Future US). Nos últimos cinco dias, o mercado futuro registrou apenas um pregão de altas, que foi na quinta-feira (22), quando os contratos subiram mais de 250 pontos, motivados pelas condições climáticas do Brasil.

Dezembro/20 teve queda de 110 pontos, valendo 105,60 cents/lbp, março/21 teve baixa de 100 pontos, negociado por 108,40 cents/lbp, maio/21 encerrou com queda de 105 pontos, valendo 110,05 cents/lbp e julho/21 teve queda de 110 pontos, valendo 111,55 cents/lbp. 

Segundo Guilherme Morya, analista de mercado do Rabobank, as preocupações com o clima no Brasil seguem no radar do mercado, mas destaca que os modelos meteorológicos passam a indicar o retorno efetivo das chuvas nas principais áreas produtoras do país nos próximos dias. 

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Além da chuva, os novos casos de Coronavírus na Europa também já começam a participar da formação de preços no mercado futuro. O analista destaca que o mercado ainda não sabe como uma segunda onda de contaminação poderia impactar no consumo de café. 

A tendência para os próximos dias é que o mercado continue andando de lado para o café arábica, e que o setor continue acompanhando as chuvas no Brasil e os casos da Covid-19 na Europa, importante consumidor do café brasileiro. 

O excesso de chuvas no Vietnã, principal produtor de café tipo conilon, preocupa o setor. Segundo Morya, caso as chuvas continuem sendo expressivas o produtor vietnamita pode ter até um mês de atraso na colheita. Vale lembrar que o mercado já trabalha com estimativa de queda de 5% nesse ano para o Vientnã e o excesso de chuva pode impactar diretamente na qualidade da bebida. 

O café conilon finalizou o dia com estabilidade na Bolsa de Londres nesta sexta-feira. Novembro/20 teve queda de US$ 5 por tonelada, valendo US$ 1271, janeiro/21 registrou queda de US$ 2 por tonelada, negociado por US$ 1305. Março/21 manteve o valor de US$ 1313, maio/21 manteve o valor de US$ 1327 e julho/21 manteve a negociação por US$ 1344.

No Brasil, o mercado físico teve um dia de estabilidade nas principais praças produtoras do país. Segundo o Conselho Nacional do Café (CNC), o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informa que os produtores estão atentos ao desenvolvimento da safra 2021, monitorando as floradas que começam a abrir, seguindo afastados do mercado. As cotações acompanharam o cenário internacional e pouco oscilaram. Os indicadores para os cafés arábica e conilon se situaram em R$ 539,87/saca e R$ 401,98/saca, com variações, respectivamente, de 0,18% e -0,01%.

O tipo 6 bebida dura bica corrida teve queda de 0,89% em Guaxupé/MG, valendo R$ 558,00. Poços de Caldas/MG manteve a estabilidade por R$ 502,00, Patrocínio/MG manteve o valor de R$ 535,00, Araguarí/MG manteve por R$ 550,00, Varginha/MG manteve o valor de R$ 555,00 e Campos Gerais/MG manteve o valor de R$ 538,00.

O tipo cereja descascado teve baixa de 0,83% em Guaxupé/MG, valendo R$ 600,00, Poços de Caldas/MG manteve o valor de R$ 552,00, Patrocínio/MG manteve o valor de R$ 585,00, Varginha/MG manteve o valor de R$ 600,00 e Campos Gerais/MG manteve a estabilidade por R$ 598,00.

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Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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