Com problemas na oferta global de café, cotações voltam a subir mais de 500 pts em NY

Publicado em 26/05/2021 15:22 e atualizado em 26/05/2021 20:10
Além da quebra do Brasil, Colômbia deixou de embarcar 600 mil sacas desde 28 de abril

A quarta-feira (26) foi mais um dia de altas expressivas para o café no mercado futuro. As cotações voltam a operar acima de 150 centavos de dólar por libra-peso e apoiadas na oferta mais restrita do Brasil.

Em Nova York (ICE Future US), o café arábica com o contrato com vencimento em julho/21 teve alta de 520 pontos, negociado por 155,70 cents/lbp, setembro/21 registrou valorização de 520 pontos, valendo 157,65 cents/lbp, dezembro/21 teve alta de 515 pontos, valendo 160,35 cents/lbp e março/22 teve alta de 510 pontos, negociado por 162,65 cents/lbp. 

Em Londres, o café tipo conilon também teve um dia de valorização. Julho/21 tinha alta de US$ 15 por tonelada, valendo US$ 1503, setembro/21 tinha alta de US$ 14 por tonelada, negociado por US$ 1526, novembro/21 teve alta de US$ 15 por tonelada, valendo US$ 1544 e janeiro/22 registrou alta de US$ 16 por tonelada, valendo US$ 1557.

O cenário já era apontado como de fundamentos altistas para os preços, de acordo com analistas ouvidos pelo Notícias Agrícola. Com o início da colheita, os problemas no parque cafeeiro ficam mais evidentes e a oferta do maior produtor de café do mundo parece estar cada vez mais apertada. 

Em relação às altas deste pregão, a análise do site internacional Barchart também destacou os problemas no Brasil. "Preocupações com a safra de café do Brasil geraram compra de fundos hoje, depois que a Marex Solutions disse na terça-feira que os grãos coletados até agora nos campos de café arábica indicam safras bem abaixo do normal", afirma. 

Ainda de acordo com a publicaçao, a Marex reportou que a baixa umidade do solo na principal área de produção também já levanta preocupações quanto ao ciclo 2022/23, que na teoria voltaria a ser de ciclo alta para o Brasil. 

Além disso, os problemas na Colômbia - segundo maior produtor de café arábica, seguem impactando na oferta mundial de café. "A Federação Nacional de Produtores de Café da Colômbia disse hoje que as companhias de navegação suspenderam as encomendas de carregamentos de café, porque protestos e bloqueios de estradas para os portos estão interrompendo as exportações de café", destaca a publicação. 

Desde que os protestos começaram, em 28 de abril, cerca de 600.000 sacas de exportação de café foram adiadas. Os protestos são contra o novo projeto de reforma tributária do governo colombiano anunciado no mês passado.

No Brasil, o mercado físico acompanhou o exterior e também finalizou com valorização. 

O tipo 6 bebida dura bica corrida teve alta de 2,32% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 882,00, Poços de Caldas/MG registrou valorização de 2,44%, negociado por R$ 840,00, Patrocínio/MG teve alta de 4,76%, valendo R$ 880,00, Araguarí/MG registrou valorização de 2,35%, negociado por R$ 870,00, Varginha/MG subiu 2,66%, negociado por R$ 888,00, Campos Gerais/MG teve alta de 2,32%, valendo R$ 881,00 e Fanca/SP teve alta de 4,73%, negociado 

O tipo cereja descascado teve alta de 2,41% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 935,00, Poços de Caldas/MG teve alta de 2,33%, negociado por R$ 880,00, Patrocínio/MG subiu 4,60%, negociado por R$ 910,00, Varginha/MG teve alta de 2,73%, valendo R$ 940,00 e Campos Gerais/MG teve alta de 2,17%, valendo R$ 941,00.

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Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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