Em semana de ampla volatilidade, café arábica em NY fecha sessão desta 6ª em baixa

Publicado em 09/07/2021 16:44 e atualizado em 09/07/2021 17:46

O mercado futuro do café arábica encerra a semana com ajustes técnicos para os principais contratos na Bolsa de Nova York (ICE Future US). Em um momento no qual o setor acompanha o avanço da colheita no Brasil para a reta final, a retomada da Colômbia, demanda mais aquecida e o câmbio, mais uma vez, fizeram a semana ser marcada por bastante volatilidade.

O vencimento setembro/21 teve queda de 75 pontos, negociado por 151,50 cents/lbp, dezembro/21 registrou baixa de 80 pontos, valendo 154,30 cents/lbp, março/22 teve queda de 80 pontos, cotado a 156,95 cents/lbp e maio/22 teve baixa de 80 pontos, valendo 158,25 cents/lbp.

"O café arábica está sob pressão e um pouco acima da baixa de terça-feira já que as preocupações com a geada no Brasil que empurraram os preços para cima na semana passada diminuíram", destacou a análise do site internacional Barchart.

Já aqui no Brasil, analistas mantêm a projeção de preços firmes para o café arábica, sobretudo pela quebra da safra que está sendo colhida. A renda da safra ainda é uma incerteza, além do trabalho no campo estar relativamente atrasado neste ano. Além disso, há ainda no setor certa cautela quando o assunto é a safra de 2022 - que segundo especialistas , deve sentir algum tipo de impacto com a falta de água e temperaturas elevadas observadas no ano passado.

Outro destaque na semana foi a divulgação dos embarques da Colômbia. De acordo com a Federação Nacional dos Cafeicultores (FNC), os embarques em junho registraram uma queda de 11%. O número ainda é reflexo da onda de protestos e violência que durou mais de um mês no país. Segundo a FNC, os embarques ainda devem levar algum tempo para se normalizar.

Do lado positivo para os preços, o setor segue na expectativa de uma demanda mais aquecida na medida em que a vacinação contra a Covid-19 avança em importantes polos consumidores, sobretudo nos Estados Unidos e Europa. Segundo analistas, a tendência é que o mercado siga apresentando volatilidade nas próximas semanas, acompanhando o inverno no Brasil e as demais variáveis que rondam o mercado neste momento.

Na Bolsa de Londres, os impasses na logística do Vietnã seguem dando suporte aos preços e o conilon encerra a semana com valorização nas principais referências.

Setembro/21 teve alta de US$ 37 por tonelada, negociado por US$ 1744, novembro/21 subiu US$ 26 por tonelada, cotado a US$ 1722, janeiro/22 teve alta de US$ 21 por tonelada, valendo US$ 1711 e março/22 encerrou com valorização de US$ 20 por tonelada, valendo US$ 1700.

"A escassez de contêineres na Ásia limitou as exportações de café robusta do Vietnã. O Escritório de Estatísticas Gerais do Vietnã informou na terça-feira passada que as exportações de café do Vietnã em junho caíram -13,8%", destacou a análise do Barchart.

Com a recuperação das economias globais, a demanda pelo transporte de mercadorias aumentou. "A gente vê que esse custo está muito mais alto, fazendo com o que os produtores enfrentem essa dificuldade para disponibilizar o produto principalmente para a Europa e nos Estados Unidos", acrescenta Guilherme Morya, em entrevista ao Notícias Agrícolas.

Guilherme comenta ainda que na ausência do café vietnamita, o Brasil ganha mais espaço no mercado. "A gente observa que o Brasil vem ganhando uma participação. Diante de um cenário que a gente vê o Vietnã mais tímido, a gente vê que outras rotas estão ganhando vantagem", comenta.

Mercado interno

Diante de produtores atentos aos trabalhos de colheita da safra, o mercado brasileiro de café apresenta liquidez baixa neste início de mês de julho, segundo informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea, da Esalq/USP).

O tipo 6 bebida dura bica corrida teve a maior alta no dia na Média Rio Grande do Sul (Clicmercado), com 850,00 a saca de 60 kg, mas caiu nas outras praças com oscilação no dia. Varginha/MG (Minasul) apresenta o maior valor da saca no dia, a R$ 887,00.

O tipo cereja descascado caiu apenas em Poços de Caldas (MG) no dia (-0,34%), R$ 875,00 a saca. O maior valor de negociação da saca de café do tipo foi registrado em Varginha/MG (Minasul), a R$ 925,00.

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Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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