Com incerteza na safra 22 do Brasil, café arábica começa semana avançando 4% em NY

Publicado em 30/08/2021 16:21 e atualizado em 30/08/2021 17:10
Falta de chuva e temperaturas elevadas no período de florada seguem preocupando setor

O primeiro pregão da semana encerrou com valorização de 4,01% para o mercado futuro do café tipo arábica na Bolsa de Nova York (ICE Future US). "Os preços do café arábica na segunda-feira estenderam a alta da semana passada e dispararam para uma alta de 1 mês com os sinais de safra seca de café no Brasil", destacou a análise do site internacional Barchart.  

O mercado de café opera com valorização desde a semana passada e apoiado nas condições do parque cafeeiro no Brasil. Com a seca prolongada e os dois episódios de geadas no mês passado, os números para a produção do ano que vem seguem incertos. 

Dezembro/21 tinha alta de 770 pontos, valendo 199,90 cents/lbp, março/22 teve valorização de 765 pontos, cotado a 202,40 cents/lbp, maio/22 teve alta de 760 pontos, cotado a 203,40 cents/lbp e julho/22 encerrou por 203,95 cents/lbp, com valorização de 750 pontos. 

O período de floração importantíssimo para os cafeeiros brasileiros começa no mês que vem, e a falta de chuva pode reduzir a floração dos cafeeiros e reduzir ainda mais a produção do café. Ainda de acordo com a publicação, a Somar Meteorologia disse na segunda-feira que as áreas de cultivo de café no Brasil podem apresentar condições de seca e temperaturas acima do normal nas próximas duas semanas, o que reduzirá ainda mais os níveis de umidade do solo. "A disponibilidade de água no solo mineiro já se encontra em níveis críticos entre 0% e 30% quando o nível mínimo para o desenvolvimento da cultura é de 60%", complementa. 

Produtores aguardam pelo retorno das chuvas para entender o real impacto das adversidades climáticas na produção. Para essa semana, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê o retorno das chuvas para Minas Gerais, mas sem atingir todas as áreas do parque cafeeiro. 

Já a agência de notícias Reuters afirma ainda que a Fitch Solutions apontou que as cotações tendem a continuar subindo com  a extensão dos danos para as lavouras brasileiras após as geadas ficando cada
vez mais claros. Isso ocorre ao mesmo tempo em que uma escassez de contêineres e o aumento dos casos de Covid provoca distúrbios para a logística de exportação no Vietnã.

No Brasil, o mercado interno acompanhou e encerrou com valorização nas principais praças comercializadora do país. 

O tipo 6 bebida dura bica corrida teve alta de 2,91% em Guaxupé/MG, negociado por 1.132,00, Poços de Caldas/MG teve alta de 1,89%, cotado a 1.080,00, Araguarí/MG teve alta de 3,70%, valendo R$ 1.120,00, Varginha/MG registrou alta de 1,33%, valendo R$ 1.140,00, Campos Gerais/MG teve alta de 3,65%, valendo R$ 1.137,00 e Franca/SP encerrou com valorização de 4,95%, valendo R$ 1.165,00.

O tipo cereja descascado teve alta de 3,04% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.185,00, Poços de Caldas/MG teve alta de 1,67%, valendo R$ 1.220,00, Campos Gerais/MG teve valorização de 3,46%, valendo R$ 1.197,00 e Varginha/MG teve queda de 1,27%, valendo R$ 1.170,00.

>>> Veja mais cotações aqui
 

Por: Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas

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