Depois de anos de crise, Honduras divulga mais de R$ 16 mi para renovação do parque cafeeiro

Publicado em 09/04/2024 15:32 e atualizado em 09/04/2024 17:56
Furacão, excesso de chuva, crise migratória e ferrugem foram os fatores que ajudaram a quebrar a produção na América Central nos últimos anos

Desde 2020 a produção de arábica de Honduras não é a mesma. O país, que é um dos principais fornecedores de café de qualidade da ICE, também enfrentou problemas climáticos, quebras sequenciais na produção e uma crise migratória da população que impactaram diretamente o setor. Os preços atuais na Bolsa de Nova York (ICE Fature US), no entanto, trazem ao país da América Central a expectativa de certa recuperação na produção. 

De acordo com informações publicadas pelo La Prensa - imprensa local, Honduras está colocando em prática o plano de recuperação das áreas de café. Uma parceria entre o Instituto Hondurenho de Café (Ihcafe) e o Ministério da Agricultura e Pecuária, a estratégia tem o foco de renovação sem comprometer as áreas que estão em produção. O investimento inicial é de 80 milhões de lempiras hondurenha, o que é equivalente a mais de R$ 16 milhões.

Para isso, foram distribuídas 20 toneladas de sementes nos principais municípios produtores. O volume é correspondente a 20 milhões de pés de cafés, que devem produzir aproximadamente 300 mil sacas de café em três anos. 

"Com essa estratégia, temos a certeza que teremos conseguido renovas as áreas agrícolas e em quatros anos recuperar o nosso nível de produção de café", disse Carlos Murillo, vice-presidente do Ministério da Agrícultura e Pecuária ao jornal La Prensa. 

É importante ressaltar que o produtor de Honduras sentiu de forma severa o efeito do La Niña e o excesso de água nos últimos três anos. Para renovação, o país aposta em variedades resistentes e altamente produtivas. Além disso, outras estratégias para facilitar o acesso ao crédito e subsídios para compra de fertilizantes também estão sendo estudadas pelo país. 

"Com essas medidas, o governo procura promover a recuperação de uma das indústrias mais importantes do país e gerar um impacto positivo na economia nacional", afirma. 

IMPACTO NO MERCADO

Honduras tem a capacidade para produzir até 6 milhões de sacas. E apesar do investimento chamar atenção, o mercado deve demorar para reagir, já que a expectativa da primeira safra com colheita dessas áreas é para, pelo menos, daqui três anos. 

De acordo com Haroldo Bonfá, no entanto, o produtor brasileiro precisa estar atento e também aproveitar os bons momentos para garantir o investimento em tecnologia. 

"Ainda tem bastante tempo pela frente, mas é importante que se tenha em mente que muita gente vai entrar no mercado com os preços nesses níveis. O Brasil também precisa aproveitar para ficar ainda mais tecnificado e garantir esse espaço", afirma. 

Honduras sempre foi o principal fornecedor de cafés na ICE, conquistou esse espaço por ser mais barato que o da Colômbia e atender bem a demanda por cafés de qualidade. Mas, desde que a crise climática passou a atingir as principais origens, o país reveza o posto de principal forncedor com o Brasil. 

Segundo dados levantados pela Pharos Consultoria, atualmente o Brasil corresponde pelo maior volume de cafés na ICE, representando 50,85% do total. Honduras representa 45,43% e na sequência aparece o Peru com 12,47% do total. 

 

Por: Virgínia Alves | Instagram: @imvirginiaalves
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Após ganhos, mercado cafeeiro trabalhava com ajustes técnicos e realizando lucros na manhã desta 6ª feira (05)
Falta de chuva no BR faz futuros do café arábica fecharem sessão desta 5ª feira (04) com ganhos de 2%
Preço médio das exportações de café não torrado dispara 46% em novembro/25 frente ao mesmo período do ano passado
Região da Alta Mogiana registra boa florada do café, mas qualidade da próxima safra preocupa os produtores
Baixos estoques pressionam os futuros do café, que trabalhavam com ganhos no início da tarde desta 5ª feira (04)
Conab: Com maior safra de conilon, produção de café é estimada em 56,5 milhões de sacas em 2025