Covid-19: processo sobre unidade da JBS em São Miguel do Guaporé (RO) muda de vara, e juiz confirma suspensão das atividades

Publicado em 03/06/2020 09:36
Processo mudou de vara porque sindicato da categoria de trabalhadores da alimentação haviam ingressado com ação antes do MP e MPT de Rondônia

O processo que mantém fechada temporariamente a unidade da JBS em São Miguel do Guaporé, em Rondônia, deve ser julgado por outro juiz e em outra cidade. A razão, segundo o juiz Wadler Ferreira, titular da Vara do Trabalho de São Miguel do Guaporé, é que o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Estado de Rondônia (Sintra-Intra) ingressou um dia antes do Ministério Público (MP do Estado e Ministério Público do Trabalho (MPT-RO) com Ação de Cumprimento contra a JBS para que a empresa adote medidas de proteção da saúde dos trabalhadores frente à pandemia do coronavírus.

Agora o processo segue nas mãos do juiz Edilson Carlos de Souza Cortez, da 2ª Vara do Trabalho de Ji-Paraná, onde o Sindicato ingressou com a ação. Apesar da mudança, a unidade segue interditada temporariamente, desde o último dia 28. 

>> Leia mais: Covid-19: Justiça do Trabalho interdita temporariamente JBS em São Miguel do Guaporé (RO)

Segundo o TRT-RO, a medida de suspensão tremporária do funcionamento da planta é válida até que a empresa efetue, às suas custas, a testagem de Covid-19 em todos os seus funcionários, sob pena de multa de R$ 500 mil por dia em que se verificar o descumprimento.

"A manutenção das atividades industriais da empresa JBS, sem a adoção de uma política séria, efetiva e preventiva de combate ao vírus, continuará a tornar o ambiente de trabalho inseguro e proliferador do vírus", disse Cortez.

MEDIDAS

Além da imediata suspensão das atividades na unidade e a testagem de todos os empregados, a empresa deverá realizar a limpeza diária de todos os equipamentos, componentes, peças e utensílios em geral, disponibilizar os insumos e equipamentos de proteção individual, promover o distanciamento mínimo de 2m entre os funcionários e clientes.

>> Leia mais: Covid-19: Justiça do Trabalho determina testagem em funcionários na unidade da JBS em São Miguel do Guaporé (RO)

O acesso à fábrica deverá ser controlado, e feito somente com o uso de máscaras, trabalhadores enquadrados no grupo de risco precisam ser afastados, e a circulação na área interna deve ser limitada em 40%.

A empresa também deverá implantar medidas de vigilância ativa e passiva recomendadas pelas autoridades sanitárias nacionais e internacionais, garantir o imediato afastamento e isolamento, sem prejuízo da remuneração, de todos os trabalhadores com sintomas até que seja feito exame específico que ateste ou não a contaminação.

O magistrado deu um prazo de 48 horas para a implantação das medidas, sob pena de multa diária de R$ 1 mil por descumprimento de cada obrigação e por empregado.

“Não é preciso alongar-se no raciocínio para concluir, em análise sumária, que é a empresa JBS, na sua unidade local, o principal de contaminação e propagação do vírus neste pequeno município, pois como afirmado pela autoridade pública municipal local, mais de 60% dos casos já confirmados no município estão dentro da empresa, fora os inúmeros suspeitos que chegaram de ônibus até o Hospital Público, que são exclusivamente de trabalhadores daquela empresa”, disse o juiz na decisão.

O QUE DIZ A JBS

"A JBS não comenta sobre processos judiciais em andamento. A Companhia reitera que tem como objetivo prioritário a saúde de seus colaboradores e ressalta que desde o início dessa pandemia tem adotado um rígido protocolo de prevenção contra a Covid-19 na sua unidade de São Miguel do Guaporé (RO) e em todas as suas plantas no Brasil, conforme as orientações dos órgãos de saúde e do Hospital Albert Einstein, além de especialistas médicos contratados pela Companhia para apoiar na implantação rigorosa de medidas para a proteção de seus colaboradores.

Entre as ações adotadas pela Companhia, estão:

-  afastamento de pessoas que fazem parte do grupo de risco como maiores de 60 anos, gestantes e todos os que tiveram recomendação médica;

-  ampliação da frota de transporte;

-  desinfecção diária das unidades;

-  medição de temperatura de todos antes do acesso às fábricas;

-  vacinação contra gripe H1N1 para 100% dos colaboradores;

-  ações de distanciamento social;

-  forte comunicação de prevenção e cuidados, entre outras".

Tags:

Por: Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Abiec diz que lançamento do Protocolo do Cerrado reforça meta da entidade de fomentar monitoramento na compra de gado no Brasil
Primeiro trimestre registrou expressivo crescimento nas exportações brasileiras de peixe de cultivo
Mapa publica portaria para o processamento de produtos de origem animal de acordo com preceitos religiosos
Brasil regula abate e processamento de animais para mercado religioso
Lula e Fávaro destacam ampliação das oportunidades do Brasil no comércio exterior