Melhoramento genético revoluciona a Coroa-de-Cristo no Brasil
A produtora de flores Simone Van Oene, proprietária da Joost Kalanchoe em Holambra, no interior de São Paulo, buscou melhoramento genético na Dinamarca para produzir a “Coroa de Cristo” ou Euphorbia miliiana, que é o seu nome científico, de forma que elas ficassem mais compactas e com menos espinhos. Após 5 anos de estudos e testes, a floricultora se tornou a pioneira na produção e comercialização da planta.
Tradicionalmente conhecidas como Coroa-de-Cristo, as Euphorbia milii são arbustos espinhosos originários de Madagascar. Já populares no Brasil como plantas ornamentais ou usadas em cercas vivas, as Miliianas são suculentas de sol pleno, florescem o ano inteiro e se adaptam bem a sacadas e áreas externas. Na nova versão desenvolvida pela Josst kalanchoe, os espinhos ficam menos expostos, o que facilita o manuseio e amplia seu uso decorativo.
Desafios no desenvolvimento genético
Simone contou à reportagem do Notícias Agrícolas que, no início, houve grande dificuldade, já que desenvolver uma nova genética não é simples: o processo pode levar de oito a dez anos. “Produzir flor não é como produzir parafuso”, explicou, ressaltando que a adaptação de uma variedade inédita envolve desafios técnicos e de mercado.
“Foi um grande desafio aprender a produzir e lançar. Não podia fazer um marketing muito forte no começo. Mas, depois de cinco anos, está sendo muito bem aceita. Houve uma demora para o consumidor entender a proposta, mas agora o mercado compreendeu”, afirmou a floricultora.
A floricultora, de apenas 32 anos, trabalha há cinco anos na propriedade da família, mas convive com flores desde criança. Para trazer novidades e resultados, a empresa investe em tecnologia e automação, como sistemas de esteiras. Hoje, conta com 85 mil metros quadrados de área e deve chegar a 110 mil m² em 2026, com 8,5 hectares destinados à produção. Cooperada da Veiling, a Joost Kalanchoe é considerada um dos maiores produtores de kalanchue do país, com a distribuição de cerca de 7 milhões de vasos por ano.
A consolidação da nova variedade exigiu tempo e estrutura: são 94 funcionários em uma atividade agrícola complexa, em um setor que emprega quase 10 pessoas por hectare.