Terça-feira acaba com o milho inalterado na Bolsa de Chicago

Publicado em 09/04/2019 17:13

A terça-feira (09) chegou ao final com o milho estável na Bolsa de Chicago (CBOT), já que as principais cotações registraram movimentações nulas. O vencimento maio/19 foi cotado à US$ 3,60, o julho/19 valia US$ 3,68 e o setembro/19 foi negociado por US$ 3,77.

Segundo análise de Ben Potter da Farm Futures, nem mesmo a divulgação de estoque de milho americano mais altos foram suficientes para movimentar as cotações do cereal em Chicago, uma vez que maio, julho e setembro ficaram sem alterações.

Já as ofertas de milho baseiam-se principalmente em vendas de agricultores geralmente lentas, com um terminal fluvial de Illinois um centavo mais alto hoje.

Ainda nessa terça-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou os dados de estoques finais de milho em 51,69 milhões, contra as 46,61 milhões de toneladas do mês anterior. O mercado tinha uma média em suas expectativas de 51,13 milhões.

Ao mesmo tempo, o USDA reduziu suas estimativas para o uso do cereal na produção de etanol para 139,71 milhões de toneladas e as exportações norte-americanas também, para 58,42 milhões de toneladas. No boletim anterior, esses números vieram em, respectivamente, 140,98 e 60,33 milhões de toneladas.

Confira como foram os dados do relatório do USDA:

>> Soja: USDA reduz estoques finais dos EUA e aumenta safra do Brasil

Mercado Interno

Já no mercado interno, os preços do milho disponível permaneceram sem movimentações em sua maioria. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, a valorização apareceu somente na praça de Jataí/GO (3,33% e preço de R$ 31,00).

As desvalorizações foram percebidas no Oeste da Bahia (1,37% e preço de R$ 36,00), Não Me Toque/RS (1,64% e preço de R$ 30,00), Ubiratã/PR (1,85% e preço de R$ 26,50) e Sorriso/MT disponível (4,055% e preço de R$ 21,00).

De acordo com a XP Investimentos, a pressão baixista permanece no mercado nacional. Apesar do impasse entre compradores e vendedores locais persistir, o ambiente favorece testes de preços por parte dos compradores.

O cenário externo baixista somado aos bons níveis de estoques internos e a boa evolução das lavouras de inverno (Sul e Centro-Oeste) “pesam” sobre as referências. A volta das chuvas em boa parte do país também é benéfica ao desenvolvimento das lavouras.

Confira como ficaram as cotações nessa terça-feira:

>> MILHO

Juntos, Brasil e Argentina devem superar EUA na exportação de milho em 18/19, diz USDA

(Reuters) - As exportações de milho do Brasil e da Argentina vão somar 61,5 milhões de toneladas na temporada 2018/19, superando o volume projetado para os embarques dos Estados Unidos, os maiores exportadores globais da commodity, pela primeira vez desde a temporada 2014/15, de acordo com dados do Departamento de Agricultura norte-americano (USDA).

Os EUA vão exportar em 2018/19, segundo informou nesta terça-feira o USDA, 58,4 milhões de toneladas, com o departamento reduzindo a sua previsão --em março esperava 60,33 milhões.

Para diminuir as expectativas, o USDA citou maior competição do Brasil, Argentina e Ucrânia para as exportações dos EUA.

"As exportações foram reduzidas... refletindo a diminuída competitividade de preços dos EUA e as expectativas de aumento das exportações de Brasil e Argentina", afirmou o USDA em relatório.

Até o mês passado, o USDA estimava embarques de Brasil e Argentina somados de 59 milhões de toneladas.

Em março, o departamento via a Argentina como segundo maior exportador global, com 30 milhões de toneladas, à frente do Brasil, com 29 milhões de toneladas.

Mas na previsão de abril, com um aumento da safra brasileira para 96 milhões de toneladas, o Brasil volta a figurar como segundo maior exportador, atrás apenas dos EUA.

Os embarques do Brasil para a temporada foram estimados nesta terça-feira em 31 milhões de toneladas, ante 29 milhões na projeção de março.

Logo atrás de Brasil e Argentina, a Ucrânia aparece agora com exportações estimadas em relevantes 29,5 milhões de toneladas, diante de expectativas de uma grande colheita.

MAIOR NÍVEL DESDE 2014/15

Os embarques de milho de Brasil e Argentina, que deverão travar uma disputa pela segunda posição nas exportações de milho em 2018/19, possivelmente vão superar juntos as exportações dos EUA pela primeira vez desde a temporada 2014/15.

Naquele ciclo, os norte-americanos exportaram 47,4 milhões de toneladas, enquanto brasileiros e argentinos, somados, venderam ao exterior, 53,36 milhões de toneladas, com o Brasil respondendo por históricos 34,46 milhões de toneladas, segundo o USDA.

Em 2014/15, o Brasil exportou ainda mais do que em 2012/13, quando o país, com embarques de 24,95 milhões de toneladas, figurou na liderança global da exportação de milho.

Em 2012/13, os EUA exportaram apenas 18,55 milhões de toneladas, em uma temporada em que os norte-americanos sofreram uma quebra expressiva de safra, de acordo com dados do USDA.

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Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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