Milho começa junho se desvalorizando no Brasil após início da colheita

Publicado em 01/06/2020 16:53
Chicago cai com clima bom e expectativa de avanço no plantio americano

A segunda-feira (01) chega ao fim com poucas movimentações, a maioria negativas, para os preços do milho no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pelo equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas valorizações apenas no Oeste da Bahia (0,66% e preço de R$ 38,00).

Já as desvalorizações apareceram nas praças de Itapetininga/SP (2% e preço de R$ 49,00), Ponta Grossa/PR (2,17% e preço de R$ 45,00), Castro/PR (2,22% e preço de R$ 44,00), Cândido Mota/SP (2,22% e preço de R$ 44,00) e Brasília/DF (3,75% e preço de R$ 38,50).

Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira.

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, o mercado físico do milho dos últimos dias ficou praticamente de lado. “Houve poucas alterações de preços no estado, com um volume limitado de negócios. A cautela persiste no início desta semana”.

Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal informando que as cotações do milho recuaram na maior parte das praças acompanhadas pelo Cepea, devido ao início da colheita da segunda safra.

“De modo geral, compradores se afastam das negociações envolvendo grandes lotes, à espera de recuos mais intensos”, diz a publicação. 

Na região consumidora de Campinas (SP), de 22 a 29 de maio, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa recuou 0,59%, fechando a R$ 50,19/saca de 60 kg nessa sexta-feira, 29. Segundo pesquisadores do Cepea, neste caso, compradores com maior necessidade de abastecer estoques acabam cedendo nas negociações, limitando a baixa nos preços.

B3

A Bolsa Brasileira (B3) operou durante todo o dia com viés de baixa para os preços futuros do milho. As principais cotações registravam movimentações negativas entre 0,05% e 0,96% por volta das 16h21 (horário de Brasília).

O vencimento julho/20 era cotado à R$ 44,85 com perda de 0,53%, o setembro/20 valia R$ 43,80 com queda de 0,05% e o novembro/20 era negociado por R$ 46,40 com desvalorização de 0,96%.

O início dos trabalhos de colheita da segunda safra de milho começa a pressionar as cotações do cereal no Brasil, conforme aponta a analise da Agrifatto Consultoria.

“Acompanhando a média dos últimos cinco anos, a colheita do milho 2ª safra em Mato Grosso atingiu 1,5% na última semana segundo o Imea, ainda restam mais de 32 milhões de toneladas a serem colhidas. No Paraná, a colheita do milho 2ª safra atingiu 2%”, diz a nota da Agrifatto Consultoria

Mercado Externo

Os preços internacionais do milho futuro seguiram a mesma tendência nesta segunda-feira na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registram movimentações negativas entre 2,50 e 3,00 pontos ao final do dia.

O vencimento julho/20 foi cotado à US$ 3,23 com queda de 2,50 pontos, o setembro/20 valeu US$ 3,27 com perda de 2,75 pontos, o dezembro/20 foi negociado por US$ 3,35 com desvalorização de 3,00 pontos e o março/21 teve valor de US$ 3,47 com baixa de 2,75 pontos.

Esses índices representaram quedas, com relação ao fechamento da última sexta-feira, de 0,62% para o julho/20, de 0,91% para o setembro/20, de 0,89% para o dezembro/20 e de 0,57% para o março/21.

Segundo informações da Agência Reuters, o milho caiu em um ritmo de plantio acima da média e as previsões de clima bom em todo o Meio-Oeste dos Estados Unidos, que devem apoiar as perspectivas das safras.

A publicação desta que o clima quente e seco na metade ocidental do Cinturão do Milho deve beneficiar o milho recém plantado, enquanto as condições persistentes de frio e umidade a leste do rio Mississipi podem ser observadas.

“Precisamos realmente de temperaturas mais quentes para secar os campos, acelerar o surgimento de culturas já plantadas e terminar a semeadur”, disse Brian Hoops, analista de mercado sênior da Midwest Market Solutions.

Antes do relatório semanal de progresso das colheitas do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), previsto para o final desta segunda-feira, os analistas consultados pela Reuters esperavam, em média, que o governo mostrasse a safra americana de milho como 94% plantada.

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Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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