Milho acumula novos ganhos no Brasil nesta segunda-feira

Publicado em 10/08/2020 16:35
Chicago também sobe após falta de chuvas nos EUA

A segunda-feira (10) chega ao final com os preços do milho valorizados no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram percebidas desvalorizações em nenhuma das praças.

Já as altas apareceram em Londrina/PR (1,11% e preço de R$ 45,50), Jataí/GO e Rio Verde/GO (1,20% e R$ 42,00), Dourados/MS (2,22% e preço de R$ 46,00), Cafelândia/PR (2,27% e preço de R$ 45,00), Brasília/DF (2,38% e preço de R$ 43,00), São Gabriel do Oeste/MS (2,50% e preço de R$ 41,00), Porto Santos/SP (3,70% e preço de R$ 56,00), Maracaju/MS (4,76% e preço de R$ 44,00), Campo Grande/MS (5% e preço de R$ 42,00 e Amambaí/MS (8,45% e preço de R$ 43,38).

Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, a colheita do milho em São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul avançou com o tempo seco dos últimos dias. “Nesta semana, as divulgações do USDA sobre qualidade das lavouras e produção das lavouras dos EUA serão os destaques do mercado”.

Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que, mesmo com o avanço da colheita da segunda safra, produtores brasileiros consultados pelo Cepea seguem retraídos das vendas, comercializando apenas lotes pontuais.

“As demandas internas e externas firmes, por sua vez, estão aquecidas. Consumidores consultados pelo Cepea indicam que, além da dificuldade em fazer novos negócios, as entregas de lotes já adquiridos antecipadamente estão atrasadas”.

Nesse contexto, os preços do cereal seguem em alta na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Nessa sexta-feira, 7, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (base Campinas-SP) fechou a R$ 52,72/sc de 60 kg, voltando ao patamar nominal verificado em abril.  De 31 de julho a 7 de agosto, o Indicador subiu 3,8%.

B3

Os preços futuros do milho começaram o dia em baixa, mas mudaram sua trajetória ao longo do dia. As principais cotações registravam movimentações positivas entre 0,37% e 0,54% por volta das 16h21 (horário de Brasília).

O vencimento setembro/20 era cotado à R$ 54,95 com alta de 0,37%, novembro/20 valeu R$ 55,40 com valorização de 0,54%, o janeiro/21 era negociado por R$ 55,93 com elevação de 0,41% e o março/21 tinha valor de R$ 55,30 com ganho de 0,38%.

Os contratos do cereal acompanharam as flutuações cambiais ao longo do dia, caindo pela manhã e subindo pela tarde. Por volta das 16h35 (horário de Brasília), o dólar era cotado à R$ 5,45 com alta de 0,38%.

O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços divulgou, por meio da Secretaria de Comércio Exterior, seu relatório semanal que aponta as exportações acumuladas de diversos produtos agrícolas até a primeira semana de agosto.

Nestes 5 dias úteis do mês, o Brasil exportou 2.042.382,4 toneladas de milho não moído, volume que representa 49% do total registrado durante todo o mês de julho. Com isso, a média diária de embarques ficou em 408.476,5 toneladas, patamar 119% maior do que a média do mês passado.

Em comparação ao mesmo período do ano passado, a média de exportações diárias ficou 22,74% maior do que as 332.793,78 do mês de agosto de 2019.

Em termos financeiros, o Brasil exportou um total de US$ 343.963,5 milhões no período, contra US$ 1,246 bilhão de agosto do ano passado. Na média diária, esta semana contabilizou aumento 21,45% ficando com US$ 68.792,7 contra US$ 56.641,1 do ano passado.

Já o preço por tonelada obtido registrou decréscimo de 1,05,72% no período, saindo dos US$ 170,2 do ano passado para US$ 168,4 neste mês de agosto.

Segundo a especialista em grãos e operadora da Mesa Agro da Terra Investimentos, Bianca Moura, as exportações brasileiras devem apresentar números melhor nos próximos meses e chegar em 35 milhões de toneladas ao final do ano.

O chefe do setor de grãos da Datagro Consultoria, Flávio França, destaca que já temos, pelo menos, 28 milhões de toneladas vendidas para exportação e restariam entre 5 e 7 milhões para atingirmos o que é esperado.

“Hoje o milho brasileiro é competitivo ante ao americano e ao argentino, mas esses preços atuais não ajudam na paridade de exportação. Assim, será preciso que o preço nos portos caia entre 3 e 4 reais dos atuais R$ 52,00 para impulsionar este restante”, explica França.

Mercado Externo

Os preços internacionais do milho futuro também começaram a semana subindo na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram movimentações positivas entre 1,75 e 2,75 pontos ao final do dia.

O vencimento setembro/20 era cotado à US$ 3,10 com valorização de 2,75 pontos, o dezembro/20 valia US$ 3,23 com elevação de 2,25 pontos, o março/21 era negociado por US$ 3,34 com ganho de 2,00 pontos e o maio/21 tinha valor de US$ 3,43 com alta de 1,75 pontos.

Esses índices representaram elevações, com relação ao fechamento da última sexta-feira, de 0,98% para o setembro/20, de 0,94% para o dezembro/20, de 0,60% para o março/21 e de 0,59% para o maio/21.

Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho na CBOT foram impulsionados pela seca nos principais estados produtores, já que as chuvas do fim de semana não atingiram partes afetadas pela estiagem no oeste de Iowa.

A publicação destaca ainda que, o clima ofereceu sinais mistos para milho e soja, já que manchas secas persistem em grande parte de Iowa, o estado mais produtor de milho, e levantou questões sobre a produtividade.

“Acho que vamos testar esses híbridos este ano, para ver como eles são bons com falta de umidade, especialmente na metade oeste de Iowa”, disse Ed Dugan, especialista em gerenciamento de risco da Top Third Ag Marketing.

Embora alguns modelos meteorológicos estejam mostrando chuva no meio-oeste dos Estados Unidos, “tem que haver pelo menos um centímetro de chuva ou mais para virar a maré das lavouras”, disse Schultz.

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Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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