Milho fecha a 4ªfeira em alta no Brasil de olho no clima do Sul e com vendedor retraído

Publicado em 30/09/2020 16:48 e atualizado em 01/10/2020 09:19
Chicago sobe 4% após dados de estoque do USDA

A quarta-feira (30) chega ao final com os preços do milho mais altos no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram percebidas desvalorizações em nenhuma das praças.

Já as valorizações apareceram em Cafelândia/PR, Eldorado/MS, Panambi/RS, Não-Me-Toque/RS, Pato Branco/PR, Cascavel/PR (1,82% e preço de R$ 56,00), Ubiratã/PR, Londrina/PR, Marechal Cândido Rondon/PR, Rio do Sul/SC, Campo Grande/MS, Cândido Mota/SP, Ponta Grossa/PR, Brasília/DF, Amambaí/MS e Maracaju/MS (5,88% e preço de R$ 54,00).

Confira como ficaram todas as cotações nesta quarta-feira

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, o interesse em negociar com preços maiores nos portos tem puxado as referência do milho no interior paulista em praticamente todas as praças. “O volume negociado no interior caiu nos últimos dias e os preços ficaram mais firmes”.

Em Goiás, por exemplo, o preço médio do milho subiu 2,82% na última semana e fechou a sexta-feira (25) com valor de R$ 51,76. Nas principais regiões produtoras, as cotações também subiram, aumento de 1% em Itumbiara, com preço de R$ 47,00, e elevação de 2,50% em Rio Verde, com preço de R$ 52,50.

“O câmbio mais que compensou as quedas em Chicago. A valorização entre uma semana e a outra foi de 5,76%. As negociações das sacas têm ficado entre R$ 47 e R$ 53,35, a depender da região. A saca de milho futuro também apresentou uma valorização considerável, saindo da média de R$ 39,33 para R$ 42,38”, aponta o Ifag.

No Mato Grosso do Sul o preço da saca do milho se valorizou 3,94% entre 21 a 28 de setembro de 2020, e encerrou o período negociado a R$ 51,13. Quanto ao preço médio, mês de setembro está cotado a R$ 48,37, um avanço nominal de 71,16% no comparativo com setembro do ano passado, quando o cereal havia sido cotado, em média, a R$ 28,26/sc, de acordo com dados divulgados pela Famasul.

B3

Os preços futuros do milho contabilizaram ganhos durante toda a quarta-feira na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registravam movimentações positivas entre 1,62% e 2,21% por volta das 16h21 (horário de Brasília).

O vencimento novembro/20 era cotado à R$ 66,45 com elevação de 1,62%, o janeiro/21 valia R$ 66,80 com alta de 2,05%, o março/21 era negociado por R$ 66,45 com ganho de 2,07% e o maio/21 tinha valor de R$ 62,85 com valorização de 2,21%.

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, um dos motivos que explicam essas altas nas cotações brasileiras é o clima na região Sul do país.

“Esse calor extremo que está vindo no Paraná onde o pessoal está plantando e precisa de chuvas até o começo da semana que vem se não essa lavoura vai nascer e morrer logo na sequência. Precisa de mais chuvas porque as temperaturas são muito altas e a umidade que tem está indo embora”, diz.

Brandalizze destaca que nos portos brasileiros o mercado está pagando R$ 2,00 a mais e já se fala em R$ 65,00 ou R$ 66,00 para o milho de fevereiro no embarque. “Os vendedores sumiram e o mercado segue firme e de olho nas novas chuvas”.

Além disso, as altas no mercado dos Estados Unidos após a divulgação dos números de embarques também refletiram por aqui.

“Esperava entre 56 e 58 milhões de toneladas de estoque de milho, muito parecido com o ano passado que foi de 56,9 milhões, mas o USDA veio com 50,8 milhões, sinalizando que a demanda está fortíssima mesmo em tempo de pandemia. Muita gente apostava que o estoque ia ser maior em função da retração da demanda americana para etanol de milho, mas o USDA, apesar de ser um órgão conservador, confirmou os estoques muito baixos. Isso é benéfico para o mercado que reverte toda a onda baixista que vinha pela colheita”, explica Brandalizze

Mercado Externo

Os preços internacionais do milho futuro abriram a quarta-feira caindo, mas explodiram no meio do dia e encerram o dia subindo na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram movimentações positivas entre xxx e xxx pontos ao final do dia.

O vencimento dezembro/20 foi cotado à US$ 3,79 com valorização de 14,25 pontos, o março/21 valeu US$ 3,88 com ganho de 14,25 pontos, o maio/21 foi negociado por US$ 3,93 com elevação de 14 pontos e o julho/21 teve valor de US$ 3,97 com alta de 13,25 pontos.

Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última terça-feira, de 4,12% para o dezembro/20, de 3,74% para o março/21, de 3,69% para o maio/21 e de 3,39% para o julho/21.

Com relação as movimentações durante o mês de setembro, o milho em Chicago acumulou valorizações de 6,16% para o dezembro/20, de 5,72% para o março/21 e de 5,08% para o maio/21.

Segundo informações do site internacional Successful Farming, os mercados agrícolas do CME Group aumentaram drasticamente nesta quarta-feira após o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgar seu Relatório Trimestral de Estoque de Grãos e mostrar que “os agricultores dos EUA estão sentando em menos milho do que se pensava anteriormente”.

Os estoques trimestrais do milho foram reportados em 2 bilhões de bushels (50,8 milhões de toneladas) enquanto o mercado esperava 2,25 bilhões de bushels (57,15 milhões de toneladas). Este volume representou queda de 10,7% com relação as 56,9 milhões de toneladas registradas nos estoques no mês de setembro de 2019.

“Os números do milho estão movimentando as coisas aqui com dados que são otimistas e menores do que a estimativa mais baixa do mercado. Ainda temos muita colheita pela frente, então o rally pode durar pouco, mas o rally é grande agora e pode ficar um pouco maior antes que a colheita chegue ao mercado”, disse o analsita de mercado da Price Futures Group, Jack Scoville.

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Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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