Milho fecha a quinta-feira em baixa nas Bolsas Brasileira e de Chicago

Publicado em 29/10/2020 16:33 e atualizado em 30/10/2020 09:27
CBOT cai abaixo dos US$ 4,00 o bushel

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, o mercado físico do milho segue firme nas praças paulistas. “O dólar estressado mantém a intenção de venda para o porto e limita as vendas no mercado interno. Por outro lado, o consumidor está cauteloso em pagar preços maiores”.

No acumulado de 2020, o Indicador do milho ESALQ/BM&FBovespa (Campinas /SP) já acumula alta de 67,7%, em termos nominais. Na parcial de outubro (até dia 27), a média era de R$ 71,11 por saca, valor 45,6% superior ao do mesmo período do ano passado, em termos reais.

Confira como ficaram todas as cotações nesta quinta-feira

Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso tem vindo principalmente da elevação dos valores nos portos diante da maior paridade de exportação, por conta das valorizações internacionais e do dólar. Além disso, as aquecidas demandas doméstica e externa também influenciam os preços no Brasil. Atentos à baixa disponibilidade do cereal e aos possíveis impactos do clima sobre a próxima safra, vendedores limitam novas ofertas e sustentam o movimento de alta.

“Muitos compradores consultados pelo Cepea já demonstram dificuldades em encontrar novos lotes de milho no spot e também indicam ter margens comprometidas diante do atual preço. Com isso, no último dia 16, o governo anunciou a suspensão temporária das tarifas de importação de milho e também de soja. Contudo, ao avaliarem a viabilidade das importações, demandantes se esbarram nas dificuldades logísticas e no dólar elevado”, destaca o Cepea.

B3

Os preços futuros do milho operaram durante todo o dia caindo na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registravam movimentações negativas entre 1,96% e 2,68% por volta das 16h21 (horário de Brasília).

O vencimento novembro/20 era cotado à R$ 81,50 com perda de 2,04%, o janeiro/21 valia R$ 82,24 com baixa de 1,96%, o março/21 era negociado por R$ 81,00 com queda de 2,29% e o maio/21 tinha valor de R$ 74,45 com desvalorização de 2,68%.

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado de milho segue na calmaria com as grandes indústrias de ração esperando que apareçam novas ofertas de trigo de baixa qualidade para misturarem e fazer ração e de olho na Bolsa de Chicago (CBOT).

“O que a gente vê é um pouco mais pressão de compradores de pequeno porte e granjeiros que compram constantemente pagando um pouco mais caro no milho”, aponta Brandalizze.

Mercado Externo

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os preços internacionais do milho futuro registraram perdas nesta quinta-feira. As principais cotações registraram movimentações negativas entre 1,50 e 3,00 pontos ao final do dia.

O vencimento dezembro/20 foi cotado à US$ 3,98 com desvalorização de 3,00 pontos, o março/21 valeu US$ 4,01 com baixa de 2,75 pontos, o maio/21 foi negociado por US$ 4,03 com queda de 2,00 pontos e o julho/21 teve valor de US$ 4,04 com perda de 1,50 pontos.

Esses índices representaram baixas, com relação ao fechamento da última quarta-feira, de 0,75% para o dezembro/20, de 0,74% para o março/21, de 0,49% para o maio/21 e de 0,25% para o julho/21.

Segundo informações do site internacional Successful Farming, os mercados agrícolas do da CBOT fecharam em baixa, apesar dos fortes dados de vendas de exportação, e o milho recuou abaixo dos US$ 4,00.

“Os preços dos grãos tiveram sua primeira liquidação constante durante o dia inteiro na quarta-feira. Foram os fundos reduzindo as posições compradas antes da eleição da próxima semana e a liquidação pode estar ligada ao coronavírus. Os casos estão aumentando em todo o mundo, o que deixa muitos comerciantes preocupados com a possibilidade de vermos uma desaceleração econômica novamente”, disse Al Kluis da Kluis Advisors aos clientes em uma nota diária.

Nem mesmo o anúncio do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) de que 1,432,550 milhão de toneladas de milho dos EUA foram comprados pelo México, sendo 891,450 mil toneladas da safra 2020/21 e 541,010 mil da safra 2021/22, foi capaz de levantar as cotações.

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Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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