Preço do milho começa dezembro recuando no Brasil e em Chicago

Publicado em 01/12/2020 17:09 e atualizado em 02/12/2020 08:06
Aumento da oferta pressiona internamente e clima na América do Sul na CBOT

A terça-feira (01) chega ao final com os preços do milho recuando no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, foram percebidas valorizações apenas no Porto de Santos/SP (6,25% e preço de R$ 85,00).

Já as desvalorizações apareceram nas praças de Pato Branco/PR (0,71% e preço de R$ 69,70), Ubiratã/PR, Londrina/PR e Marechal Cândido Rondon/PR (0,72% e preço de R$ 68,50), Eldorado/MS (0,75% e preço de R$ 66,30), Itapetininga/SP (1,30% e preço de R$ 76,00), Castro/PR (1,33% e preço de R$ 74,00), Amambaí/MS (1,41% e preço de R$ 70,00) e Cândido Mota/SP (2,42% e preço de R$ 68,50).

Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira                                                                   

De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, “o aumento da oferta do milho tributado no estado tem pressionado as referências para baixo nos últimos dias nas praças paulistas. O recuo do dólar também tem reduzido o fluxo dos negócios para as exportações frete às semanas anteriores”.

A consultoria SAFRAS & Mercado analisa que o mercado brasileiro de milho deve manter um viés de queda nos preços, em meio ao aumento da disponibilidade de oferta por parte dos produtores.

“O mercado esteve um pouco mais acomodado, com melhora na oferta e com consumidores tentando uma baixa nos valores ofertados”, diz o consultor de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari.

B3

Os preços futuros do milho se mantiveram em queda na Bolsa Brasileira (B3) durante toda a terça-feira. As principais cotações registravam movimentações negativas entre 0,14% e 0,70% por volta das 17h07 (horário de Brasília).

O vencimento janeiro/21 era cotado à R$ 75,50 com estabilidade, o março/21 valia R$ 75,42 com perda de 0,36%, o maio/21 era negociado por R$ 72,40 com baixa de 0,14% e o julho/21 tinha valor de R$ 68,30 com desvalorização de 0,70%.

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, as chuvas dos últimos dias melhoraram a qualidade das lavouras da safra verão, mas algumas perdas já são irreversíveis. “Principalmente no Rio Grande do Sul, que já perdeu 1,5 milhão de toneladas do potencial que teria de 6 milhões. Também tiveram perdas grandes em Santa Catarina, especialmente nas lavouras plantadas mais cedo”, pontua.

Mercado Externo

Já os preços internacionais do milho futuro perderam força ao longo desta terça-feira na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram movimentações negativas entre 5,00 e 5,25 pontos ao final do dia.

O vencimento dezembro/20 foi cotado à US$ 4,14 com baixa de 5,00 pontos, o março/21 valeu US$ 4,20 com desvalorização de 5,25 pontos, o maio/21 foi negociado por US$ 4,24 com queda de 5,00 pontos e o julho/21 teve valor de US$ 4,24 com perda de 5,00 pontos.

Esses índices representaram baixas, com relação ao fechamento da última segunda-feira, de 1,19% para o dezembro/20, de 1,41% para o março/21, de 1,17% para o maio/21 e de 1,17% para o julho/21.

Segundo informações do site internacional Successful Farming, os futuros do milho começaram o mês de dezembro recuando e reagindo ao clima de crescimento da safra sul-americana.

“A combinação de chuvas benéficas na América do Sul e vendas no final do mês resultou em grandes perdas. Com o atraso do plantio na Argentina e a atual proporção milho/soja, alguns agricultores argentinos podem transferir alguns hectares de soja para o milho”, pontua Al Kluis da Kluis Advisors.

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Por: Guilherme Dorigatti
Fonte: Notícias Agrícolas

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