Média diária de embarque de milho em setembro/25 está a frente de set/24, mas ainda é insuficiente para enxugar os estoques
As exportações brasileiras de milho avançam no mês de setembro com resultados acima dos registrados no mesmo período do ano passado. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o país embarcou 4.730.645,5 toneladas de milho não moído (exceto milho doce) até aqui no mês, o que já corresponde a 73,66% do volume total exportado em setembro de 2024, que foi de 6.421.949,9 toneladas.
A média diária de embarques nestes 15 primeiros dias úteis do mês está em 315.376,4 toneladas, um aumento de 3,1% frente às 305.807,1 toneladas por dia útil registradas no ano passado.
Na visão de Roberto Carlos Rafael, da Germinar Corretora, as exportações brasileiras ainda estão lentas devido aos preços baixos pagos no porto, o que também ajuda a deixar o mercado nacional mais lateralizado.
“Exportação lenta em função de câmbio e em função também do produtor não aceitar os preços que estão sendo praticados. Hoje a gente vai ver exportação numa faixa aí de R$ 65,00 ou R$ 66,00 no porto. Tem empresa que já não está comprando mais para outubro, já está vendo para novembro”, aponta.
O analista destaca que, no cenário atual, o Brasil é uma originação menos atrativa do que outros concorrentes, o que tira demanda do grão nacional.
“O Brasil hoje, em termos de preço, perde para Argentina e para os Estados Unidos. Então, nós estamos vendo os Estados Unidos avançar nas suas exportações, atendendo uma demanda que vem do mercado internacional, inclusive ocupando espaço do próprio Brasil, e pode ser que a gente não consiga exportar o que a gente precisaria para tirar o excedente do país. O que a gente espera é uma exportação de 40 milhões de toneladas, mas a gente precisava exportar algo ao redor de 55 milhões de toneladas”, alerta Rafael.
No faturamento, o Brasil arrecadou US$ 937,143 milhões no acumulado do mês, contra US$ 1,249 bilhão em todo o mês de setembro de 2024. A média diária subiu 5%, saindo de US$ 59,507 milhões para US$ 62,476 milhões por dia útil.
O preço médio pago por tonelada também saltou 1,8% no período, indo de US$ 194,60 em setembro de 2024 para US$ 198,10 em setembro de 2025.