MPF pede R$ 4,47 bilhões em ressarcimentos de empreiteiras por desvios na Petrobras

Publicado em 20/02/2015 12:23

SÃO PAULO (Reuters) - O Ministério Público Federal ajuizou cinco ações de improbidade administrativa cobrando de empreiteiras o ressarcimento de 4,47 bilhões de reais ao erário pelos desvios de recursos da Petrobras, informou a instituição em nota nesta sexta-feira.

Os valores incluem 959 milhões de reais como pagamento de multa civil e 3,19 bilhões de reais como indenização por danos morais coletivos, e ainda não consideram juros de mora e correção monetária desde a data dos ilícitos.

A acusação de enriquecimento ilícito pelos fatos apurados na Operação Lava Jato abrange as empresas Camargo Corrêa, Sanko, Mendes Júnior, OAS, Galvão Engenharia, Engevix e seus executivos, disse o MPF.

As ações de improbidade correspondem ao desdobramento cível dos crimes investigados na Operação Lava Jato e detalham a participação dos envolvidos no pagamento de propina para altos dirigentes da Petrobras em valores que variavam de 1 a 3 por cento do montante total de contratos bilionários, em licitações fraudulentas.

Os recursos eram distribuídos por meio de operadores financeiros do esquema, de 2004 a 2012, com pagamentos estendendo-se até 2014, segundo os procuradores.

"As ações propostas materializam a convicção do MPF de que todos, numa República, devem ser punidos igualmente, na proporção da gravidade de seus atos e culpas", disse o coordenador da Força Tarefa Lava Jato do MPF, o procurador da República Deltan Dallagnol.

O MPF observou que uma das principais diferenças entre as ações penais e as de improbidade é que, nas últimas, as empresas poderão ser punidas.

A Petrobras é considerada vítima no processo pelos procuradores.

Os procuradores também pedem a proibição de que as empresas assinem contratos com o Poder Público e de que recebam benefícios ou incentivos fiscais ou de crédito, e que as penalidades atinjam as companhias ligadas ao mesmo grupo econômico que atuem ou venham a atuar no mesmo ramo de atividade das empreiteiras.

As ações de improbidade buscam também a declaração da prática de atos de improbidade administrativa pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos principais delatores do suposto esquema de corrupção.

Costa é acusado de ter sido cooptado pelos agentes corruptores mediante pagamentos de propina, com o objetivo de viabilizar as fraudes nas contratações que lesaram a Petrobras.

O ex-diretor não está incluído nos pedidos de condenação em razão do Acordo de Colaboração firmado com o MPF, no âmbito do qual se comprometeu a devolver recursos mantidos no exterior e no país, arcar com a indenização cível e relatar todos os ilícitos de que tinha conhecimento relacionado aos fatos investigados.

(Por Roberto Samora)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

STF suspende prazos processuais em todas as ações ligadas ao RS
Wall St salta com dados de empregos nos EUA reforçando hipótese de cortes nos juros
Dólar cai ao menor valor em quase um mês com dados fracos de emprego nos EUA
Ibovespa fecha em alta com melhora em perspectivas sobre juros nos EUA
Taxas futuras de juros têm nova queda firme no Brasil após dados de emprego nos EUA