Dólar reduz fortemente queda frente ao real após notícia de delação envolvendo Temer

Publicado em 15/06/2016 14:54

Por Bruno Federowski

SÃO PAULO (Reuters) - Depois de recuar quase 1 por cento no início desta tarde, o dólar reduziu a queda frente ao real e chegou a operar em alta após notícia de que houve delação contra o presidente interino Michel Temer no âmbito da operação Lava Jato, aumentando os temores com a cena política entre os investidores.

Até então, o dólar era negociado em baixa, voltando abaixo do patamar de 3,45 reais nesta quarta-feira após o governo propor prazo de 20 anos para a regra de limite do crescimento dos gastos do governo, maior do que o período sugerido em notícias publicadas nos últimos dias.

Às 14:45, o dólar recuava 0,24 por cento, a 3,4715 reais na venda, após chegar a subir a 3,5019 reais na máxima do dia e cair a 3,4455 reais na mínima da sessão.

Operadores afirmaram que o baixo volume de negócios acentuava as oscilações da moeda norte-americana. O dólar futuro perdia 0,30 por cento.

O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirmou, em delação premiada, que Temer teria pedido recursos ilícitos para campanha de Grabriel Chalita (PMDB) à prefeitura de São Paulo.

O dólar chegou a recuar fortemente após o governo anunciar as medidas de ajuste fiscal.

"(O limite do crescimento do gasto) é uma medida boa, melhor do que parecia. Agora é preciso ver como o Congresso vai lidar com isso", disse o operador da corretora Renascença Thiago Castellan Castro.

A apreensão local levou o dólar a subir com alguma firmeza pela manhã, mas a moeda voltou a cair em seguida. O alívio foi influenciado também pelo cenário externo, com a divisa norte-americana recuando em relação a todas as moedas da América Latina antes da decisão do Federal Reserve, banco central norte-americano, que será divulgada às 15:00 (horário de Brasília).

Embora não se espere que banco central eleve os juros agora, operadores buscarão no comunicado e nas projeções econômicas pistas sobre quando isso deve acontecer. O Fed tem ressaltado que o referendo sobre a permanência da Grã-Bretanha na União Europeia vai desempenhar papel importante em sua decisão.

 

Fonte: Reuters

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