Dólar cai e volta a R$ 3,05, sem reforço de mais juro pelo Fed em breve

Publicado em 23/02/2017 11:31

Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava em queda e voltava ao nível de 3,05 reais nesta quinta-feira, após o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, não endossar apostas de aumento de juros em breve, e em meio ao ambiente de taxas mais baixas no Brasil que alimentavam avaliações mais positivas sobre a economia.

Às 11:22, o dólar recuava 0,54 por cento, a 3,0540 reais na venda, depois de cair 0,65 por cento na véspera, a 3,0705 reais. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,35 por cento.

"Além de o mercado achar que o Fed não deve subir o juro agora em março, o BC brasileiro cortou a Selic, o que ajuda a impulsionar a economia e deixa investidores satisfeitos", comentou o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.

Na véspera, a ata do último encontro do Fed mostrou que muitos membros do colegiado disseram ser apropriado aumentar os juros "em breve", caso os dados de emprego e inflação estejam alinhados com as expectativas. O Fed se reúne novamente para tratar de política monetária nos dias 14 e 15 de março.

Entre os membros com direito a voto, no entanto, havia muito menos urgência de aumentar as taxas, com muitos vendo apenas "risco modesto" de que a inflação aumentaria significativamente e que o Fed "provavelmente teria tempo suficiente" para responder se surgissem pressões sobre os preços.

Dessa forma, os investidores ganharam tempo para deixar seus recursos aplicados em outras praças, como a brasileira. Juros maiores pelo Fed têm potencial para atrair recursos à maior economia do mundo.

No exterior, o dólar caía ante uma cesta de moedas e ante divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

O dólar também recuava no Brasil com o cenário um pouco mais positivo para a economia brasileira, após o BC reduzir a taxa básica de juros na noite passada em 0,75 ponto percentual, a 12,25 por cento, e deixar a porta aberta para acelerar o passo em breve.

Além disso, mesmo com os cortes, a Selic ainda é a maior taxa do mundo, segundo a corretora Infinity, o que mantém a atratividade do mercado brasileiro aos investidores.

O BC realiza nesta sessão o último leilão de swap tradicional --equivalente à venda futura de dólares-- com oferta de até 6 mil contratos para rolagem dos contratos que vencem em março.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

STF suspende prazos processuais em todas as ações ligadas ao RS
Wall St salta com dados de empregos nos EUA reforçando hipótese de cortes nos juros
Dólar cai ao menor valor em quase um mês com dados fracos de emprego nos EUA
Ibovespa fecha em alta com melhora em perspectivas sobre juros nos EUA
Taxas futuras de juros têm nova queda firme no Brasil após dados de emprego nos EUA