Reinaldo Azevedo é gravado pela PF e pede demissão de VEJA

Publicado em 24/05/2017 01:39
"Intimidação inaceitável do Estado Policial", diz o jornalista, um dos mais seguidos do Brasil, e crítico implacável dos excessos da Operação Lava Jato. Para Reinaldo, a liberdade de imprensa foi atingida

Meu último post na Veja, por Reinaldo Azevedo

PF divulga trechos de conversa minha com Andrea Neves, uma das minhas fontes, em que faço críticas a uma reportagem da VEJA. Pedi demissão. Direção aceitou (em VEJA.COM)

Andrea Neves, Aécio Neves e perto de uma centena de outros políticos são minhas fontes.

Trechos de duas conversas que mantive com Andrea, que estava grampeada, foram tornados públicos. Numa delas, faço uma crítica a uma reportagem da VEJA e afirmo que Rodrigo Janot é pré-candidato ao governo de Minas e que estava apurando essa informação. Em outro, falamos dos poetas Cláudio Manuel da Costa e Alvarenga Peixoto.

Fiz o que deveria fazer: pedi demissão — na verdade, mantenho um contrato com a VEJA e pedi o rompimento, com o que concordou a direção da revista.

Abaixo, segue a resposta que enviei ao BuzzFeed, que vai fazer ou já fez uma reportagem a respeito. Volto para encerrar. Mesmo!

Comecemos pelas consequências.

Pedi demissão da VEJA. Na verdade, temos um contrato, que está sendo rompido a meu pedido. E a direção da revista concordou.

1: não sou investigado;

2: a transcrição da conversa privada, entre jornalista e sua fonte, não guarda relação com o objeto da investigação;

3: tornar público esse tipo de conversa é só uma maneira de intimidar jornalistas;

4: como Andrea e Aécio são minhas fontes, achei, num primeiro momento, que pudessem fazer isso; depois, pensei que seria de tal sorte absurdo que não aconteceria;

5: mas me ocorreu em seguida: “se estimulam que se grave ilegalmente o presidente, por que não fariam isso com um jornalista que é crítico ao trabalho da patota?”;

6: em qualquer democracia do mundo, a divulgação da conversa de um jornalista com sua fonte seria considerada um escândalo. Por aqui, não;

Continue lendo no site da Veja.com.

No O Globo: Reinaldo Azevedo pede demissão da 'Veja' após divulgação de grampo com irmã de Aécio sem indício de crime

Colunista diz que vazamento é forma de intimidar jornalistas; PGR não comenta o caso 

SÃO PAULO — O jornalista Reinaldo Azevedo anunciou nesta terça-feira que deixou a revista “Veja” após a divulgação de uma conversa telefônica em que ele discute as denúncias na Lava-Jato contra Aécio Neves com a irmã do senador, Andrea Neves. No diálogo, Reinaldo critica uma reportagem feita pela própria revista, que trata de uma conta de Aécio em Nova York, não comprovada.

Apesar de não conter indício de crime, segundo a PF, a conversa consta de um conjunto de 2.800 áudios disponibilizados pelo Supremo Tribunal Federal no inquérito que provocou o afastamento de Aécio do cargo e a prisão da irmã, o que gerou críticas de entidades de imprensa. Reinaldo não é investigado.

Os diálogos foram divulgados inicialmente pelo site "BuzzFeed".

Continue lendo no site do O Globo.

STF divulga conversas de jornalistas, mesmo sem indícios de crimes

SÃO PAULO — Ao retirar o sigilo das investigações da Lava-Jato feitas a partir das delações da JBS, o Supremo Tribunal Federal divulgou também os arquivos de áudio de mais de 2.800 ligações de alvos da operação, em conversas sem nenhuma ligação com a prática de crimes e com pessoas contra quem não pesava nenhum tipo de acusação.

Embora tenha sido o STF que liberou o acesso aos arquivos, ainda não estava claro, até ontem à noite, como nem por quê as conversas tinham sido divulgadas, já que não tinham nenhuma relevância para o caso sendo apurado.

As gravações foram realizadas pela Polícia Federal, com autorização judicial, durante o monitoramento do senador afastado Aécio Neves (PSDB), de sua irmã, Andrea, do deputado federal Rodrigo Rocha Loures e de outros implicados na delação dos donos da JBS.

A revelação de uma conversa do jornalista Reinaldo Azevedo com Andrea Neves o levou a decidir deixar a revista “Veja”, onde tinha um blog havia 12 anos. No diálogo, ele critica uma reportagem feita pela própria revista, que trata de uma conta de Aécio em Nova York, não comprovada até agora.

Continue lendo no site do O Globo.

Tensão na República, por Míriam Leitão

Nas conversas gravadas, em qualquer etapa da atual era de escândalos, o que se ouve confirma o temor dos procuradores da Lava-Jato de uma união dos políticos para interromper a operação. Ela hoje parece forte o suficiente para acuar o presidente da República, mas ao mesmo tempo ficou mais vulnerável às críticas pelo acordo da delação superpremiada com Joesley Batista.

Na gravação de Sérgio Machado com o senador Romero Jucá se falou em estancar a sangria. Na conversa entre Joesley e o presidente, o empresário falou, diante de um Temer aquiescente, em controlar juízes e comprar procuradores. Na conversa do senador afastado Aécio Neves com Joesley, ou nas declarações públicas dos ex-presidentes Lula e Dilma, a operação é xingada e tratada como inimiga. Aliás, ela é a inimiga que une os adversários da política.

As falhas da operação vão abrindo flancos para o fortalecimento do movimento anti-Lava-Jato. Quando Sérgio Machado livrou-se, e aos seus filhos, de processos, já houve um enorme desconforto. Agora há revolta. Um dos poucos momentos em que Temer consegue atrair concordância é quando aponta o absurdo de o empresário grampeador estar vivendo em Nova York depois de ter passado anos enriquecendo com medidas governamentais e empréstimos públicos que o beneficiaram e que foram conseguidos através da corrupção. Não é sustentável um volume tão grande de benefícios e isso enfraquece até o ministro Edson Fachin, que homologou a delação nesses termos.

Continue lendo no site do O Globo.

Na Folha: Há 12 anos, irmãos da JBS já protagonizavam gravação polêmica

Por Mauro Zafalon, coluna Vaivém das Commodities

Há 12 anos, Joesley Batista sofreu na carne uma ação semelhante à que protagonizou no Palácio do Jaburu, vinda a público na semana passada.

Desta vez, foi ele quem levou o gravador a uma reunião com o presidente Michel Temer; em 2005, o aparelho estava em outras mãos.

Na ocasião, ao lado do irmão José Batista Junior, então um dos proprietários do frigorífico Friboi, foi alvo de uma gravação clandestina.

Era o início da ampliação do grupo, que, com dinheiro do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), adquiria unidades frigoríficas em dificuldades financeiras.

Ao comprar, assumia as dívidas das empresas, mas pedia ao banco dinheiro extra como capital de giro para gerir os negócios do frigorífico em dificuldades.

Uma série de reportagens publicadas na Folha em 2005 revelou que, em gravação, os donos da Friboi admitiam formação de cartel no setor de carne e ilegalidades nos contratos com o BNDES.

José Batista Junior dizia, no registro gravado, que o seu frigorífico e outros três determinavam os preços de mercado do boi gordo.

Seu irmão Joesley Mendonça Batista, por sua vez, reconheceu ter contrato de gaveta com o BNDES. A informação apareceu em gravação de conversa feita por executivos do frigorífico Araputanga, à qual a Folha teve acesso.

Continue lendo no site Folha de S.Paulo.

No Gazeta do Povo: Conheça as benesses do acordo de delação premiada de Joesley Batista

Sócio da JBS recebeu perdão judicial, autorização para deixar o país e parcelamento da multa em dez vezes, com o primeiro pagamento para junho de 2018 (por Keli Kadanus)

Pivô da crise política que abala o país, o sócio da JBS Joesley Batista conseguiu fechar com a Procuradoria-Geral da República (PGR) um acordo de colaboração premiada generoso. Ao entregar os crimes praticados pela empresa e seus executivos ao longo de vários anos, Joesley recebeu em troca a garantia de que a PGR não vai processá-lo pelos crimes que cometeu.

Em casos de investigações em andamento – como é o caso das operações da Polícia Federal Cui Bono, Greenfiled e Carne Fraca, entre outras –, os executivos da empresa ganharam imunidade. E em casos que já viraram denúncias, o acordo prevê o perdão judicial.

Joesley também acordou com a PGR em pagar uma multa pelos crimes que praticou. O valor, porém, é baixo se levado em consideração os R$ 170 bilhões faturados no ano passado pela JBS. Joesley vai pagar aos cofres públicos R$ 110 milhões – a partir de junho do ano que vem, e parcelados em dez vezes.

Continue lendo no site da Gazeta do Povo.

Fonte: VEJA/Folha/GazetadoPovo

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