Pesquisa XP/Ipespe: Bolsonaro lidera e Haddad cresce com “chancela” de Lula

Publicado em 04/08/2018 10:16 e atualizado em 04/08/2018 10:48
Debate na GloboNews: “Se não tiver uma solução, eu sugiro a privatização da Petrobras. Acaba com esse monopólio estatal e ponto final. Então, é o recado que eu dou para o pessoal da Petrobras”, Por Ricardo Brito, Reuters
Nova pesquisa da XP/Ipespe mostra o candidato Jair Bolsonaro (PSL) na liderança nos três cenários sem Lula. Já Fernando Haddad (PT) aparece empatado tecnicamente em segundo lugar com Geraldo Alckmin (PSDB), Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT) quando o entrevistador avisa que o ex-prefeito de São Paulo tem o apoio de Lula. (fonte: GAZETA DO POVO)

Cenário 1: sem candidato do PT

Pesquisa estiulada | Em %

Cenário 2: com Fernando Haddad candidato pelo PT

Pesquisa estiulada | Em %

Cenário 3: com Lula candidato

Pesquisa estiulada | Em %

Cenário 4: com Fernando Haddad apoiado por Lula

Pesquisa estiulada | Em %

Fonte: XP/Ipespe. Metodologia: A pesquisa XP/Ipespe foi feita por telefone, entre os dias 30 de julho e 1º de agosto, e ouviu 1 mil pessoas em todas as regiões do país. O intervalo de confiança é de 95,45%, o que significa que, se o questionário fosse aplicado mais de uma vez no mesmo período e sob mesmas condições, esta seria a chance de o resultado se repetir dentro da margem de erro estabelecida. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais para cima ou para baixo. O levantamento está registrado no TSE pelo código BR-06820/2018. A pesquisa foi encomendada pela XP e realizada pelo Ipespe.

PESQUISA DO DIA 31, COMPARE:Cenário sem Lula

Cenário com Lula

Ibope mostra Alckmin à frente de Bolsonaro em SP

Pesquisa Ibope feita apenas em São Paulo sobre a eleição presidencial, encomendada pela Bandeirantes, mostra Geraldo Alckmin com 19% das intenções de voto, ante 16% de Jair Bolsonaro.

Nesse cenário, com Fernando Haddad como poste, Marina Silva tem 11%, Ciro Gomes tem 8% e o ex-prefeito de São Paulo, 4%.

O instituto ainda pesquisou um cenário que inclui o condenado Lula. Nesse caso, no estado, o corrupto e lavador de dinheiro tem 23% das intenções de voto, ante 18% de Bolsonaro e 15% de Alckmin.

Janaína não será vice de Bolsonaro

A advogada Janaína Paschoal foi ao Twitter informar que não vai ser vice de Jair Bolsonaro nas eleições deste ano. “Por questões familiares, por ora, eu não posso me mudar para Brasília. A minha família não me acompanharia”, justificou.

“Peço desculpas ao Brasil e prometo, esteja onde estiver, com ou sem cargo, continuar lutando por um país livre”. Na última sexta-feira, em entrevista para a GloboNews,Bolsonaro disse que “estava entre Janaína e o príncipe Luiz Phillipe de Orleans e Bragança”. Com isso o favorito para assumir o cargo é o membro da família real brasileira.

 

1) Conversei com o Dep. Bolsonaro e com o Pres. do PSL, Dr. Gustavo Bebiano, e cheguei à conclusão de que, neste momento, não tenho como concorrer à Vice-Presidência. Por questões familiares, por ora, eu não posso me mudar para Brasília. A minha família não me acompanharia.

  • <div a="" charset="utf-8,%3Csvg%20xmlns%3D%22http%3A%2F%2Fwww.w3.org%2F2000%2Fsvg%22%20viewBox%3D%220%200%2024%2024%22%3E%3Cpath%20class%3D%22icon%22%20fill%3D%22%23657786%22%20d%3D%22M14.046%202.242l-4.148-.01h-.002c-4.374%200-7.8%203.427-7.8%207.802%200%204.098%203.186%207.206%207.465%207.37v3.828c0%20.108.045.286.12.403.143.225.385.347.633.347.138%200%20.277-.038.402-.118.264-.168%206.473-4.14%208.088-5.506%201.902-1.61%203.04-3.97%203.043-6.312v-.017c-.006-4.368-3.43-7.788-7.8-7.79zm3.787%2012.972c-1.134.96-4.862%203.405-6.772%204.643V16.67c0-.414-.334-.75-.75-.75h-.395c-3.66%200-6.318-2.476-6.318-5.886%200-3.534%202.768-6.302%206.3-6.302l4.147.01h.002c3.532%200%206.3%202.766%206.302%206.296-.003%201.91-.942%203.844-2.514%205.176z%22%2F%3E%3C%2Fsvg%3E" );"="" class="Icon Icon--replyEdge TweetAction-icon" data-scribe="element:conversation_icon" data:image="" div="" flex-shrink:="" href="https://twitter.com/intent/like?tweet_id=1025747401146023936" li="" role="img" span="" style="display: inline-block; height: 1.25em; background-repeat: no-repeat; background-size: contain; vertical-align: text-bottom; width: 1.25em; background-image: url(" title="Curtiu" transform:=""> 
1.606 pessoas estão falando sobre isso

A polêmica sobre posição da Globo em relação a 1964

Como já havia acontecido em sua participação no Roda Viva, o presidenciável Jair Bolsonaro voltou a mencionar no Central das Eleições, da GloboNews, na sexta-feira, 3, um editorial do jornal O Globo, escrito em 1984 pelo jornalista Roberto Marinho (1904-2003), então comandante do Grupo Globo. A menção ao editorial, no qual Marinho defende a “Revolução de 1964” e justifica o apoio ao movimento, aconteceu em resposta a uma pergunta do jornalista Roberto D’Avila questionando JB por sua negação de que tenha havido ditadura militar no Brasil.

Depois, ao final, quando a apresentadora Miriam Leitão já havia encerrado formalmente o programa, ela pediu aos participantes para aguardar e leu trechos de editorial de publicado em 2013 pelo Globo, a partir de informações recebidas pelo “ponto” da emissora. No editorial lido pela jornalista, os herdeiros de Marinho fizeram uma “autocrítica” sobre a posição do grupo em relação ao regime militar e defenderam a democracia. O episódio se tornou um dos temas mais abordados nas redes sociais depois da entrevista. / J.F.

A resposta da Globo a Bolsonaro

Na entrevista à GloboNews, Jair Bolsonaro voltou a citar o editorial de Roberto Marinho, datado de 1984, que defende o apoio de O Globo ao regime militar.

No final do programa, Miriam Leitão, por meio de texto ditado via ponto eletrônico, disse que Bolsonaro esqueceu que, em 2013, também em editorial, O Globo condenou o apoio do jornal à ditadura instaurada em 1964.

“Não entro no mérito do que acham os que hoje comandam a Globo”

Jair Bolsonaro foi ao Twitter comentar a resposta da Globo sobre o editorial de Roberto Marinho que, em 1984, defendeu o apoio do jornal ao regime militar.

“Não entro no mérito do que acham os que hoje comandam a Globo. Apenas lembrei o que disse o senhor Roberto Marinho, falecido em 2003, sobre o Regime Militar. A nota de mea-culpa citada por Miriam Leitão foi lançada 10 anos após sua morte.”

Debate na GloboNews: Bolsonaro defende privatizar Petrobras "se não tiver solução" (REUTERS)

BRASÍLIA (Reuters) - O candidato do PSL à Presidência, deputado Jair Bolsonaro, disse na sexta-feira que, se eleito, poderá privatizar a Petrobras "se não tiver solução" e defendeu que uma gestão dele também pode lançar mão de intervir na política de preços dos combustíveis a fim de reduzi-los a preços mais competitivos para o consumidor.

"Se não tiver uma solução, eu sugiro a privatização da Petrobras. Acaba com esse monopólio estatal e ponto final. Então, é o recado que eu dou para o pessoal da Petrobras", disse, em entrevista na Globo News.

O parlamentar --líder nas pesquisas de intenção de voto ao Palácio do Planalto nos cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso desde abril-- disse considerar a Petrobras como estratégica para o país e que não gostaria de privatizá-la. "Se não tiver solução, acordo, não tem outro caminho", reforçou.

Bolsonaro não respondeu diretamente ao ser questionado sobre se manteria, em seu eventual governo a partir de 2019, a política de subsídio do diesel adotada pela gestão Michel Temer para encerrar a greve dos caminhoneiros que paralisou por mais de uma semana o país recentemente.

Contudo, o candidato disse que quem faz a política de preços dos combustíveis é a Petrobras e destacou que ninguém quer mudá-la numa "canetada".

Mas o deputado indicou que poderia intervir na atual política de preços livres dos combustíveis adotada pela companhia, reduzindo a sua margem de lucro e consequentemente barateado o valor do insumo pago pelo consumidor final. "Será que não pode ser menor esse percentual, então não tem saída", disse, ao frisar que não se pode "quebrar a população" e não há "solução mágica".

OUTRAS PRIVATIZAÇÕES

O candidato, entretanto, afirmou que não pretende privatizar o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal por considerá-los estratégicos para o país. Citou o fato de que, sem o BB, poderá haver dificuldades para se realizar financiamentos dos produtores rurais.

Por outro lado, Bolsonaro disse haver "147 estatais" no país e acredita que quase todas elas servem para alocar "companheiros". Nesses casos, disse, as empresas não seriam nem privatizados, mas sim extintas em sua gestão. Sobre os Correios, disse que "lamentavelmente não tem jeito".

POSTO IPIRANGA

O candidato defendeu que o governo brasileiro mantenha um certo protecionismo em suas relações comerciais externas com outros países. Ainda assim, ele disse que vai fazer negócio com quem quiser, mas destacou que vai buscar os Estados Unidos e a União Europeia.

Na entrevista, Bolsonaro mostrou uma certa preocupação com o avanço da China no Brasil, em especial a suposta tentativa de eles quererem comprar terras agricultáveis ou para exploração de minério e outras riquezas do subsolo no país.

"Quero que a China compre nossos commodities, mas não quero que a China ou qualquer país do mundo compre o Brasil", frisou ele, que é capitão da reserva do Exército. Ele criticou as gestões petistas que, segundo ele, privilegiaram as relações comerciais pelo "viés ideológico".

O deputado foi evasivo sobre perguntas da condução da economia, caso eleito. Em um dos momentos, chegou a ficar irritado ao não ter detalhado como faria uma reforma tributária que simplificaria uma série de tributos atualmente existentes e disse que tem ainda tempo para apresentar seu plano de governo.

Bolsonaro insinuou que os entrevistadores queriam taxá-lo como se não tivesse competência para ocupar a Presidência.

"Estou entendendo a pegadinha de vocês", irritou-se. "Querem me rotular aqui de irresponsável. Tem 60 impostos (sic), vocês querem que eu particularize (o que seria extinto na reforma)", emendou. "Não vou aceitar esse jogo de vocês", reclamou, ao destacar que o plano ainda está em gestação.

Ao ser questionado, o candidato afirmou que entende sim de economia, mas que o Paulo Guedes é o seu "posto Ipiranga" -- numa alusão ao comercial de um local em que se pode resolver tudo. "As grandes decisões eu não posso tomar sem ouvir ninguém, não sou um ditador", afirmou.

Bolsonaro disse que Guedes será o seu ministro da Fazenda e terá liberdade para montar a equipe econômica, citando, por exemplo, a continuidade do atual presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. Em entrevista recente à Reuters, Guedes indicou que, em uma eventual gestão do candidato, integrantes do governo Michel Temer poderiam permanecer nos cargos.

O candidato disse que concorda com a visão de Guedes de um BC independente e que atue com independência política. Afirmou ainda que o foco de atuação do BNDES seria reorientado, de forma a ajudar mais a população.

PREVIDÊNCIA

O deputado se disse a favor da realização de uma reforma da Previdência que ataque "por partes" o que ele considera como privilégios. Disse que vai acabar com eventuais incorporações de benefícios.

Contudo, Bolsonaro fez um aceno aos militares --grupo historicamente ligado ao parlamentar-- na reforma da Previdência ao avaliar a situação deles como diferente. Ele citou que eles não têm direito a FGTS, hora extra ou fazer greve e precisam estar sempre prontos para cumprirem missões.

O candidato destacou ainda que qualquer reforma precisa passar pelo "filtro chamado Parlamento". 

O pré-candidato disse que está entre dois nomes para a escolha do seu vice: o príncipe Luiz Philippe de Orleans e Bragança e a advogada Janaina Paschoal, ambos filiados ao seu partido.

-- “Ou vai ser a sra. Janaina Paschoal, ou o senhor príncipe Luiz Philippe de Orleans e Bragança. [O que] está faltando é que eu estou conversando com a Janaina e ela apresenta alguns problemas familiares, porque ela tem dois filhos. Não posso ter preferência. Lógico, sempre, a gente pensa em um ‘plano B’. No momento, o ‘plano B’ é o príncipe”, declarou o capitão do Exército na reserva.

Janaina Paschoal tem 44 anos. É advogada, professora da USP e uma das autoras do pedido de impeachment contra Dilma Rousseff (PT).Luiz Philippe de Orleans e Bragança é sobrinho do príncipe D. Luís Gastão de Orléans e Bragança, atual chefe da Casa Imperial do Brasil, tem 49 anos e é tratado como príncipe.

Lula impede anúncio de Manuela como vice e quer esticar negociações até 15 de agosto

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - Depois de fechar um acordo com o PCdoB para apresentar Manuela D'Ávila como candidata a vice-presidente na chapa presidencial, o PT viu suas pretensões bloqueadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma conversa na tarde desta sexta-feira para que se espere o prazo de registro das candidaturas, em 15 de agosto.

Mais cedo, uma fonte havia dito à Reuters que o PT havia fechado o acordo com o PCdoB e pretendia apresentar Manuela na convenção deste sábado, para cumprir a legislação eleitoral.

No final da tarde, no entanto, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad foram a Curitiba apresentar a decisão a Lula. O ex-presidente, que está preso desde abril, avaliou que não existe impedimento legal para anunciar o vice e as coligações até o dia 15 de agosto.

Em sua conta no Twitter, Gleisi afirmou que não há veto a Manuela, mas Lula quer continuar "conversando com os aliados".

A posição contraria a interpretação da resolução do TSE, que prevê que os nomes dos candidatos a presidente e vice, assim como coligações, devem ser decididos na convenção do partido e anotados em ata, que deve ser entregue à Justiça Eleitoral até a próxima segunda-feira.

"Vamos manter a estratégia traçada de dar à Executiva ou a uma comissão a definição da candidatura a vice para perto do registro da candidatura, assim como das coligações. Não houve mudança jurisprudencial da Justiça eleitoral em relação as eleições anteriores", disse Gleisi, após visita a Lula.

No entanto houve uma nova resolução sobre as eleições em dezembro de 2017 e prevê como data-limite para as decisões o dia 5 de agosto.

Na última quarta-feira, Manuela foi apresentada como candidata à Presidência pelo PCdoB em convenção.

Em uma reunião em Brasília, na terça-feira, a direção do PCdoB avisou que o partido estaria disposto a formar uma aliança com o PT, desde que a vaga de vice de Lula fosse oferecida a Manuela, contou à Reuters uma segunda fonte petista. A possibilidade já havia sido discutida internamente pelo PT e a ideia de um convite a Manuela tinha o aval de Lula.

Depois que Lula vetou nesta tarde o anúncio, emissários do PT chegaram a consultar o PCdoB para que Manuela desistisse da candidatura e esperasse até o dia 15 para o anúncio, mas a proposta foi vista pelo partido como "constrangedora", disse a primeira fonte.

Segundo a fonte, Lula ainda acredita que o PT possa conseguir outras alianças até o prazo de registro de candidaturas e decidiu deixar o anúncio do vice em suspenso, ao menos por enquanto, já que com a desistência do PSB em se aliar ao pedetista Ciro Gomes, o peso do PCdoB no mercado de coligações teria "diminuído".

Esta semana, Gleisi havia oferecido ao PDT o lugar de vice na chapa com Lula, mas sem deixar claro se Ciro poderia assumir a cabeça de chapa posteriormente, no caso de impugnação de Lula, e que isso só seria conversado mais tarde. O pedetista rechaçou a proposta e a chamou de "aberração" em público.

PLANO B

Outra decisão tomada pelo PT era de que, com Manuela de vice, Fernando Haddad ficaria à disposição para assumir a vaga de candidato a presidente caso aconteça a impugnação da candidatura de Lula. Condenado em segunda instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, ele deve ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa.

Isso, no entanto, não será anunciado oficialmente, já que a estratégia do partido é manter Lula como candidato o máximo possível, inclusive no discurso.

Até esta tarde, o partido ainda tinha dúvidas do que aconteceria com a impugnação e se ela se restringiria a Lula ou abrangeria a chapa, o que influenciaria a decisão de quem indicar para vice com Lula. A checagem de que apenas o ex-presidente perderia o direito de concorrer selou a decisão.

Há alguns dias o PT já tratava como certo de que o plano B que sobrara ao partido era Haddad, mesmo com a resistência de parte da cúpula partidária.

"É o que temos hoje, a menos que Jaques (Wagner, ex-governador da Bahia), volte atrás de novo, o que não acredito que aconteça", disse um parlamentar petista, que pediu para não ser identificado. Questionado sobre a possibilidade de Gleisi ser uma alternativa, afirmou que essa chance não existia.

Haddad era tratado pelo próprio Lula como plano B antes mesmo de o ex-presidente ser preso. A prisão, no entanto, mais rápida do que Lula esperava, deixou a situação em aberto.

Nas últimas semanas, cresceu dentro do PT a pressão para que Jaques Wagner aceitasse esse papel mas, na semana passada, o ex-governador, com eleição praticamente garantida ao Senado pela Bahia, comunicou a Lula que não pretendia assumir a chapa.

Provocação de Lula pode levar à cassação da chapa petista

Segundo técnicos do TSE, se o PT extrapolar o prazo do anúncio do vice — como Lula deseja — a chapa poderá ser cassada.

Embora haja precedente para arrastar o anúncio até o dia 15 de agosto, há ministros da Corte “dispostos a impor a leitura mais restritiva da lei eleitoral, que prega o detalhamento da chapa até este domingo”, registra a Folha.

MPF denuncia Paulo Preto e mais 32 por cartel em obras de São Paulo


BRASÍLIA (Reuters) - A força-tarefa da operação Lava Jato em São Paulo denunciou nesta sexta-feira o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, e outras 32 pessoas de terem formado um cartel com várias construtoras, com o aval de agentes públicos, para eliminar concorrência em obras do trecho sul do Rodoanel e em sete grandes obras do Programa de Desenvolvimento do Sistema Viário Metropolitano do Estado.

Apontado em investigações como suposto operador do PSDB, Paulo Preto chegou a ser preso este ano em uma das fases da Lava Jato, mas foi solto posteriormente por ordem judicial do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes.

O cartel havia sido revelado por oito executivos da Odebrecht, uma das integrantes do esquema, por meio de acordos de leniência firmados com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em 2017, tornando-se um dos principais elementos que embasaram a acusação do MPF.

Segundo a denúncia, o esquema se estruturou em seis fases distintas e começou a ser organizado em 2004 com a cessão de material sigiloso da Dersa à Andrade Gutierrez, seguida de uma reunião entre as “cinco líderes” (Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, OAS, Odebrecht e Queiroz Galvão) no antigo canteiro de obras da Camargo Corrêa onde hoje se encontra o Parque do Povo, na capital paulista.

A peça narra, com base em depoimento de um colaborador premiado, que Paulo Vieira deixou claro que, se as empresas “não tivessem boa vontade na renegociação dos contratos, ele não teria boa vontade com as empresas no novo pacote de obras”. Foi assim que foi fechado o acordo para a redução dos valores dos lotes no edital de concessão do trecho sul do Rodoanel, segundo o MPF.

Bolsonaro critica STF por estar "legislando" sobre aborto


BRASÍLIA (Reuters) - O candidato do PSL à Presidência, deputado Jair Bolsonaro (RJ), criticou na sexta-feira o Supremo Tribunal Federasl (STF) por estar "legislando" sobre uma eventual descriminalização do aborto antes da décima segunda semana de gestação.

"Quero que o Supremo Tribunal Federal não legisle como está legislando agora na questão do aborto", criticou ele, que se disse contrário à prática, num momento em que o tema voltou à pauta por estar sendo objeto de audiências públicas no STF.

Bolsonaro defendeu que essa questão sobre uma eventual punição pelo aborto cabe ao Congresso Nacional e fez um alerta ao STF. "Uma não votação é um recado que está dando."

O deputado disse que "lamentavelmente" o Supremo não tem sido apontado em pesquisas como uma das instituições com maior credibilidade no país. Mas declarou publicamente ter recuado da sua intenção de propor um aumento no número de integrantes do STF --atualmente são 11 ministros. "Desistimos da ideia", disse.

MULHERES

O candidato disse ter feito uma "brincadeira" quando disse ter dado "uma fraquejada" e teve um de seus filhos do sexo feminino. Questionado sobre declarações de que homens têm de ganhar mais de mulheres porque elas engravidam, ele destacou que na iniciativa privada quem define o salário é o patrão.

"Por que botaram na minha conta isso aí?", questionou. "Na iniciativa privada não tem como interferir", reforçou, ao avaliar que qualquer ação nesse sentido pode "quebrar" o empregador.

O candidato negou ser contra as mulheres e defendeu a possibilidade de elas terem direito a portar armas. Para ele, o armamento é mais eficiente do que legislações que punem assassinatos de mulheres. "Vai sacar do bolso a lei do feminicídio?", ironizou.

O presidenciável disse ter sido "infeliz" na frase quando disse que quilombolas não trabalham e deveriam ser extintos. Ele afirmou que eles desejam ser autossuficientes. "Querem a sua terra, liberdade, querem, se for o caso, vender a sua terra, querem uma nova Lei Áurea", destacou. Novamente, ele se posicionou contra a política de cotas para negros em universidades públicas.

O candidato também defendeu uma maior integração do índio com a sociedade, podendo até servir no patrulhamento das fronteiras pelas Forças Armadas. Disse que grandes reservas indígenas com subsolos riquíssimos foram demarcados "por pressão externa".

"Nós não podemos fazer com que o índio viva numa reserva como se fosse um animal em um zoológico", disse.

Bolsonaro afirmou que nunca foi homofóbico, mas fez questão de ressaltar que é contra o ensino nas escolas de educação sexual, chamado por ele de "ideologia de gênero".

DITADURA E TORTURA

Questionado se houve ditadura no país, o parlamentar disse que houve um "período de exceções" e chegou a comparar o fechamento do Congresso, determinado pelo regime militar, à não votação pelo Congresso Nacional no período democrático em razão do trancamento de pauta por medidas provisórias. Ele não falou da cassação de parlamentares cassados pelo regime naquele período.

O deputado, entretanto, disse que o risco de uma situação dessas é "zero" de se repetir porque estamos num momento diferente. E afirmou que a tortura é "inadmissível".

REELEIÇÃO

O candidato afirmou que não quer ser um presidente para lançar o Brasil numa aventura. Indicou que poderia não se candidatar a um novo mandato, caso isso fosse necessário para se fazer uma reforma política no país.

"Se for para fazer uma reforma política para resolver o Brasil, eu abro a mão da minha reeleição", disse.

O presidenciável disse que não vai pautar o seu governo por uma partilha de cargos com eventuais partidos que queiram lhe dar sustentação no Congresso. Mas não foi claro sobre como iria ser a relação com o Congresso.

O deputado disse acreditar que como tem "moral" e está preocupado com o futuro do Brasil e com os anseios do povo vai obter votos para aprovar medidas no Congresso. Ele afirmou que um dos seus coordenadores de campanha, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), já contabiliza o apoio de 100 deputados federais a um eventual governo dele.

O candidato disse ainda que a advogada Janaína Paschoal, uma das subscritoras do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e o príncipe Luiz Philippe de Orléans e Bragança, da família real brasileira, estão entre os cotados para ser seu vice. Os dois são filiados ao PSL, o que seria uma chapa puro-sangue.

(Por Ricardo Brito)

Fonte: Reuters/Gazeta do Povo/Antagonis

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Ibovespa fecha em alta com dados de inflação no Brasil e nos EUA
Wall Street fecha em alta com avanço de ações de megacapitalização de tecnologia
Dólar fecha em queda de 0,94%, a R$5,1168 na venda; moeda perde 1,58% na semana
Taxas futuras de juros recuam após dados de inflação de Brasil e EUA
Petróleo sobe com tensões no Oriente Médio, problemas econômicos restringem ganhos