Aumenta o fluxo de capital para as commodities

Publicado em 31/03/2011 08:12
Os investimentos financeiros nos mercados de commodities em geral estão perto de alcançar US$ 400 bilhões, em uma alta de 3.900% em relação aos US$ 10 bilhões sob gestão dez anos atrás. Segundo o banco britânico Barclays Capital, o fluxo líquido de capital para os índices de commodities foi de US$ 7,1 bilhões em fevereiro, elevando o total sob gestão para US$ 395 bilhões.

A agricultura tem sido a maior beneficiária desse maior apetite dos investidores por matérias-primas. Fevereiro foi o terceiro mês consecutivo de incremento no fluxo. Desde dezembro, US$ 7,9 bilhões foram investidos em agricultura, um dos maiores montantes vindos de investidores financeiros para o setor.

Riscos de novas alta nos preços de alimentos atraíram investimentos financeiros na agricultura. A tendencia é que o fluxo para as commodities continuar em alta em março, ao mesmo tempo em que o G-20, que reúne as maiores economias desenvolvidas e emergentes do mundo, tenta costurar um acordo para frear a excessiva especulação nos mercados futuros e as fortes oscilações dos preços de alimentos.

O Barclays constata claros sinais de mudanças no perfil de incertezas dos investimentos. No primeiro semestre do ano passado, a preocupação era macroeconômica, ligada à crise soberana na Europa. Como resultado, o preço do ouro disparou. Já as incertezas no Oriente Médio e no norte da África e o desastre no Japão, mais recentemente, passaram a beneficiar mais as aplicações em índices de petróleo.

Pesquisa do banco britânico mostra que 83% dos entrevistados planejam manter ou aumentar sua exposição em commodities nos três próximos anos. Alguns acham que o peso das matérias-primas no portfólio deverá superar 6%.

Em junho, ministros de agricultura do G-20 se reunirão em Paris na expectativa de anunciar medidas para frear as fortes oscilações de preços. Entidades como o Banco Mundial dizem que o problema atual das altas de alimentos é causado pelo balanço mais frágil entre oferta e demanda e que é preciso ampliar produção e comércio.

Fonte: Valor Econômico

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Wall St salta com dados de empregos nos EUA reforçando hipótese de cortes nos juros
Dólar cai ao menor valor em quase um mês com dados fracos de emprego nos EUA
Ibovespa fecha em alta com melhora em perspectivas sobre juros nos EUA
Taxas futuras de juros têm nova queda firme no Brasil após dados de emprego nos EUA
Brasil e Japão assinam acordos em agricultura e segurança cibernética