Europa teme um efeito dominó em caso de falência da Grécia

Publicado em 18/06/2011 16:15
Uma redução da já por si exígua pensão de um agricultor grego, que passou a vida recolhendo laranjas no Peloponeso, pode ajudar a salvar o euro?

Enquanto dirigentes europeus temem um efeito "dominó" que arraste a Zona do Euro, em caso de insolvência da Grécia, alguns analistas acham que o novo governo grego, anunciado na sexta-feira, poderia provocar um efeito "borboleta" virtuoso, que uniria a Europa e deixaria os mercados com a pecha de mentirosos.

O plano de austeridade que o governo grego pretende adotar antes do final de junho vai desde uma redução nos gastos das pensões, no setor agrícola, à imposição de taxas sobre os sinais externos de riqueza, como iates e piscinas.

Estas novas medidas dariam sinal verde ao repasse de uma parte do empréstimo de 110 bilhões de euros que a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional concederam ano passado ao país helênico e a um novo pacote de ajuda financeira que permitiria ao país evitar um default, o não pagamento da dívida.

O montante e as modalidades do segundo pacote de ajuda, que oscila entre 60 bilhões e 100 bilhões de euros, segundo as fontes, serão analisados a partir deste domingo em Luxemburgo e Bruxelas.

As novas negociações podem ver-se facilitadas pela aparente aproximação anunciada na sexta-feira entre os principais credores da Grécia, França e Alemanha, superando as divisões em relação ao papel que devem desempenhar os bancos privados no plano de ajuda.

No total, o Estado grego prevê poupar 28 bilhões de euros até 2015, e arrecadar outros 50 bilhões em privatizações e aluguéis, a longo prazo, de locais de interesse turístico.

Os credores do país exigem a adoção do plano e o seu apoio por parte das forças políticas, para a concessão do segundo pacote de ajuda.

O primeiro-ministro George Papandreou, que conseguiu impor ano passado o primeiro tratamento de austeridade aos gregos, não foi capaz, até agora, de colocar em prática novas medidas nem as reformas.

O novo gabinete, anunciado na sexta-feira, cuyo pilar, Evangelos Venizelos, é um peso pesado da política que desfruta da confiança do setor empresarial grego, fez surgir esperanças de que sejam aplacadas as rivalidades dentro do Partido Socialista, segundo o analista político Ilias Nikolakopoulos.

Isto abriria caminho ao voto de confiança do Parlamento ao novo governo, solicitado por Papandreou, assim como a adoção - prevista para o final do mês, do famoso plano de austeridade plurianual -, convertido na pedra angular, a curto prazo, pelo menos, do futuro da Zona do Euro.

"É preciso perguntar se este será um governo interino para preparar as eleições ou se seu mandato vai durar mais, para dar tempo de executar o plano de recuperação", disse o analista Georges Sefertzis.
Fonte: AFP

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