Líderes da UE se reúnem para discutir crise

Publicado em 05/08/2011 09:36
Os líderes da Alemanha, da França e da Espanha vão se reunir nesta sexta-feira para discutir a crise de dívida da Europa, depois que China e Japão pediram uma cooperação econômica global diante dos fortes declínios dos mercados financeiros.

O Banco Central Europeu (BCE) ofereceu uma ajuda apenas limitada e disse que Itália e Espanha - agora no centro da tempestade - devem tomar medidas de austeridade mais duras se quiserem que o banco compre seus bônus governamentais.

Os comentários da China e do Japão, os dois maiores credores de Washington, destacaram o temor de que a crise de dívida europeia saia do controle e que a economia dos Estados Unidos entre em marcha a ré.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, discutirá a situação dos mercados da zona do euro com a chanceler alemã, Angela Merkel, e com o primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, em telefonemas individuais nesta sexta-feira, segundo seu gabinete.

A Grã-Bretanha, que não participa do bloco monetário, disse estar em contato com líderes da zona do euro e o G7 sobre as turbulências do mercado.

"Os acontecimentos recentes refletem principalmente um ceticismo crescente sobre a capacidade sistêmica da área do euro em responder à crise atual", disse o premiê da Grécia, George Papandreou, em carta ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, fazendo eco a comentários feitos pelo próprio Barroso nesta semana.

O BCE reativou o programa de compra de bônus na quinta-feira para tentar apaziguar a crise de dívida, mas só comprou títulos de Portugal e Irlanda. Membros influentes do banco se opuseram a essa medida.

O belga Luc Coene, membro do Conselho Executivo do BCE, disse que a compra de bônus italianos e espanhóis não foi vetada, mas que ambos os países teriam de tomar mais medidas para conseguir ajuda do banco.

"Eu certamente acho que o banco central está disposto a tomar medidas significativas para ajudar nessa situação", disse Coene em entrevista a uma rádio. "Mas primeiro os países precisam tomar medidas."

China e Japão buscam cooperação

No Japão, o ministro das Finanças Yoshihiko Noda disse que as autoridades globais precisam enfrentar as distorções cambiais, as crises de dívida e as preocupações sobre a economia dos EUA.

"Eu acredito que esses assuntos deveriam ser discutidos", disse ele a jornalistas, um dia depois que o Japão interveio para vender ienes. "Cada problema é importante, mas como priorizar essas questões é algo a ser discutido a partir de agora."

O Japão vendeu ienes para tentar conter a alta da moeda, que se tornara uma aposta segura para o investidor, assim como o franco suíço, em meio aos receios sobre os EUA e a Europa.

O ministro chinês do Exterior, Yang Jiechi, disse que os riscos de dívida nos EUA estão aumentando e que os países deveriam cooperar mais para lidar com os riscos econômicos.

Yang pediu que os EUA adotem políticas monetárias "reponsáveis" e protejam os investimentos de outras nações em dólar.

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Wall St salta com dados de empregos nos EUA reforçando hipótese de cortes nos juros
Dólar cai ao menor valor em quase um mês com dados fracos de emprego nos EUA
Ibovespa fecha em alta com melhora em perspectivas sobre juros nos EUA
Taxas futuras de juros têm nova queda firme no Brasil após dados de emprego nos EUA
Brasil e Japão assinam acordos em agricultura e segurança cibernética