BC vende US$ 2,7 bi em swap cambial e contém dólar
O dólar comercial bateu US$ 1,956 após a abertura, o que representou uma alta de mais de 5%. Com isso, o BC abriu mão de uma ferramenta que não usava desde 2009, quando o dólar se viu pressionado com a crise mundial.
A autoridade colocou 55 mil contratos de swap cambial, movimentando US$ 2,7 bilhões. Nessa operação, o BC vende os dólares em uma data futura, e recebe juros pelo período do contrato. Na prática, é como uma injeção de dólares no mercado futuro.
Após a operação, a moeda voltou a estabilizar, e opera com alta de 0,62%, a R$ 1,8695 na venda. Pouco após a operação, o dólar chegou a cair queda de 0,59%.
"Foi uma medida eficaz e necessária", considera Sidnei Nehme, diretor presidente da NGO Corretora.
É a operação contrária dos swaps cambiais reversos, usados até recentemente para conter a desvalorização do dólar.
Na quarta-feira (21/9), a autoridade monetária cancelou rolagem de contratos de swap reverso, que venceriam no dia 1 de outubro. Na prática, isso implica um aumento da oferta de dólares no mercado, o que, segundo dados da NGO Corretora, representa US$ 2 bilhões.
Na véspera, o dólar teve alta de 4,25%, com giro financeiro baixo, de US$ 1,7 bilhão no mercado interbancário. "Esse é um volume normal, não é elevado", diz Nehme.
Segundo o economista, a origem da tensão vem do mercado de derivativos. Ele explica que a imposição do Imposto de Operações Financeiras (IOF) nos derivativos "travou" o mercado, impossibilitando os investidores de se livrarem de posições remanescentes. Com a piora do cenário externo, apostar na queda do dólar se tornou insustentável.
"Os fundos de hedge trabalhavam com a firme ideia de que o dólar ia cair, e ficaram com uma posição incômoda", explica.