Agricultores protestam contra invasão indígena no norte de Minas Gerais

Publicado em 24/09/2013 12:52

Produtores rurais organizaram protesto em Itacarambi, no norte de Minas Gerais, no último sábado (21) contra a indústria das invasões indígenas. Centenas de agricultores das comunidades de Remanso, Marrecas, Trairas e São Bernardo se concentraram no Cais do Água Viva vestindo camisetas onde se lia FORA FUNAI. Houve uma passeata pelas ruas da cidade.

“Estamos aqui para a sociedade ouvir o pedido de socorro do produtor rural”, afirmou um dos líderes da manifestação. Ao fazer referência à fazenda São Judas de Várzea Grande ocupada pelos indígenas. “Vamos valorizar a história e a origem de quem foi prejudicado. Não é justo querer invadir as propriedades dos produtores como ocorreu em Várzea Grande. Não vamos sossegar enquanto não houver resposta concreta da parte da Funai."

Várias fazendas estão invadidas na região e as ações de reintegração de posse estão sendo suspensas a pedido do Ministério Público Federal. Segundo o procurador do MPF, as ações não atendem o estatuto do índio que prevê a intimação prévia da Funai e da União. “Fizemos uma petição de revogação dessa liminar, que foi prontamente atendida, uma vez que a ação não respeitava o estatuto,” diz.

De acordo com o advogado que representa os índios, André Alves de Souza, pago não se sabe por quem, o Ministério Público assegura os interesses dos índios. “O objetivo foi levar ao MP algumas preocupação da comunidade indígena, que teme que os conflitos sejam acirrados depois da revogação dessa liminar”, diz.

A Funai tentam ampliar pela segunda vez a Terra Indígena Xakriabá demarcada em 1996 com 46.416 hectares. Em 2005 a Funai ampliou a área demarcando a Terra Indígena Xacriabá-Rancharia, com 6.798 hectares. Os xacriabás e a Funai, no entanto, ainda reivindicam a regularização de uma nova área.

Em 2007, a Funai iniciou novos estudos para identificação e delimitação da segunda ampliação área. De acordo com a assessoria da fundação, vinculada ao Ministério da Justiça, o já existe um relatório de identificação e delimitação da área que foi aprovado pela Coordenação-Geral de Identificação e Delimitação da Funai. A expectativa do órgão é que, em breve, o resumo do Relatório seja publicado no Diário Oficial da União.

Fonte: Blog Questão Indígena

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