StoneX vê recorde para soja do Brasil apesar de menor avanço na área em 5 safras

Publicado em 01/08/2023 14:13 e atualizado em 01/08/2023 15:01

 

Por Roberto Samora e Ana Mano

SÃO PAULO (Reuters) - A produção de soja do Brasil na nova temporada (2023/24) foi estimada nesta terça-feira em recorde de 163,5 milhões de toneladas, aumento de 3,7% em relação ao ciclo anterior, avaliou a consultoria StoneX, notando que isso aconteceria com ganhos de produtividade em meio ao menor avanço anual na área plantada em cinco safras.

Em sua primeira estimativa para a safra 2023/24 no maior produtor e exportador mundial de soja, a StoneX projetou avanço de 2,1% na área plantada, para 45,1 milhões de hectares, o menor crescimento anual desde os 2,06% registrados em 2018/19.

Na temporada passada, a área plantada do Brasil avançou 6,45% ante o ciclo anterior.

A variação é "bem mais moderada que o histórico recente, uma vez que a queda de preços em 2023 apertou a margem do produtor", disse a especialista de inteligência de mercado da StoneX Ana Luiza Lodi.

A nova safra começa a ser plantada em meados de setembro, dependendo da chegada das primeiras chuvas.

Em relatório divulgado nesta terça-feira, a consultoria destacou que muitos fatores relacionados à produtividade podem mudar, mas considera uma recuperação na safra do Rio Grande do Sul, que foi afetado pela seca gerada pelo La Niña no ciclo passado.

Nesta temporada, a ocorrência do El Niño pode ser benéfica, com chuvas favoráveis no Sul, mas traz alguma preocupação para o Norte/Nordeste, disse a StoneX.

Uma produção recorde aumentaria a disponibilidade da oleaginosa, "com espaço para incremento da demanda".

As exportações saltariam para 104 milhões de toneladas, versus 98 milhões previstos para 2022/23, enquanto o consumo interno 2023/24 subiria 2,5 milhões de toneladas para 57,5 milhões de toneladas.

MILHO

Embora a redução dos preços não estimule o plantio de milho em 2023/24, a StoneX estima um avanço marginal na primeira safra, de 0,1% no comparativo anual, para 28,63 milhões de toneladas, apesar de uma redução 1,8% na área plantada. Isso deverá ser possível com uma recuperação de produtividades no Sul.

"Na temporada 2022/23 as lavouras gaúchas foram intensamente afetadas pelo La Niña mas, na próxima safra, 2023/24, é esperado que a ocorrência do El Niño beneficie não só as lavouras do Estado, mas da Região Sul como um todo", comentou o analista de inteligência de mercado do grupo João Pedro Lopes.

Para o balanço 2022/23, a StoneX elevou a previsão de exportação brasileira, em 1 milhão de toneladas, para 51 milhões de toneladas.

Na safra 2023/24, espera-se um aumento da demanda doméstica e das exportações, que atingiriam 84 milhões e 56 milhões de toneladas, respectivamente. O Brasil é atualmente o maior exportador global do cereal.

Considerando a primeira estimativa para a primeira safra 2023/24 e repetindo-se os números das segunda e terceira safras 2022/23, a produção brasileira na nova temporada ficaria em 139,3 milhões de toneladas, praticamente estável.

Na segunda safra 22/23, que está sendo colhida, a StoneX elevou a projeção para um recorde de 108,3 milhões de toneladas de milho, versus 105,2 milhões na estimativa do mês anterior.

(Por Roberto Samora e Ana Mano)

Fonte: Reuters

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Aprosoja vê estimativas de safras do Brasil superestimadas e crava 135 mi t
Santa Catarina: Termo de cooperação vai incrementar fiscalização aérea na agropecuária
Comissão aprova projeto que institui política de segurança pública rural
StoneX vê recorde para soja do Brasil apesar de menor avanço na área em 5 safras
FAESC auxiliará na expansão do Programa Rede Rural de Segurança da PMSC