Soja: Mercado tem sessão volátil e recua em Chicago

Publicado em 22/02/2013 10:36 e atualizado em 22/02/2013 15:15
No início desta sexta-feira (22), os futuros da soja negociados em Chicago operam com volatilidade. Os vencimentos iniciaram o dia com altas de dois dígitos, mas ao longo dos negócios recuaram. Por volta das 15h15 (horário de Brasília) os principais vencimentos da commodity trabalhavam com mais de 3 pontos de queda.

De acordo com o economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, o mercado tem uma motivação do lado dos fundamentos que ainda são positivos, mas as movimentações por parte dos fundos de investimentos resultam em oscilações no mercado internacional de grãos. “Há uma motivação fundamental, e a escassez de produto, em função das últimas quebras no hemisfério norte e sul, reflete no mercado”, afirma.

Há uma perspectiva de reposição de estoques com a safra brasileira, conforme acredita o economista. E apesar dos problemas pontuais que indicam perdas nas lavouras em algumas regiões produtoras, a estimativa é que a produção do Brasil alcance 80 milhões de toneladas. O país ainda enfrenta os problemas logísticos que impedem que os produtos cheguem à velocidade necessária ao mercado. 

“No Porto de Paranaguá temos a competição dos embarques de milho, remanescente da safrinha anterior, e farelo, o que limita o escoamento da safra. E consequentemente, limita também os embarques e a oferta internacional a curto prazo”, explica. 

Na Argentina, as projeções de consultorias privadas indicam uma safra de 50 milhões de toneladas em função das adversidades climáticas que prejudicaram as plantações desde o início do plantio. E as chuvas registradas nos últimos dias não foram suficientes para garantir a safra no país, segundo disse Motter.

Paralela a esse cenário há o apertado quadro de oferta e demanda norte-americana, e o retorno da China ao mercado. Hoje (22), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou a venda de 410 mil toneladas de soja em grão para a China. O que indica que a demanda pela oleaginosa permanece aquecida e não dá sinais de retração. 

“Estamos vendo as margens de esmagamento de soja na China positivas. E hoje, o USDA divulgou o relatório de exportações semanais dos EUA veio negativo para a soja, mas reflete a semana em que os compradores chineses estiveram fora do mercado em função do feriado de Ano Novo. Mas enquanto a margem estiver consistente o país vai continuar comprando volumes cada vez maiores”, explica Motter. 

Por outro lado, o USDA anunciou ontem (21), durante o Fórum Outlook, que a safra norte-americana de soja e milho deve ser recorde na safra 2013/14. A estimativa é que a produção da oleaginosa alcance 92,67 milhões de toneladas e o cereal poderá somar 369,1 milhões de toneladas. O economista destaca que à medida que os estoques são recompostos por uma safra cheia na América do Sul e por uma possível safra recorde nos EUA os preços tendem a cair.

Ontem, o economista chefe do USDA, Joe Glauber, afirmou que os preços da soja no mercado físico norte-americano podem cair 27% na temporada 13/14, para uma média de US$ 10,50/bushel. Já os preços do milho podem alcançar a US$ 5,40/bushel. 

“Entretanto, se houver uma quebra na safra norte-americana haverá sustentação nos preços futuros. O clima será o grande variável que influenciará nas cotações”, relata o economista.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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