Soja: Relação de troca por insumos será pior na safra 13/14

Publicado em 06/05/2013 13:25
Preços em queda e custos em patamares elevados. O cenário para a negociação de insumos da próxima safra de soja não é nada favorável ao produtor rural, o que explica um volume de negócios ainda lento para o período. De acordo com consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a relação de troca na safra 12/13 era entre 16 a 20 sacas de soja para um pacote de insumos por hectare. Já para a temporada 13/14 atualmente são necessárias entre 20 e 27 sacas de soja para o mesmo pacote.

A situação, segundo o consultor, é mais grave no Mato Grosso, onde a quantidade mínima para compra dos pacotes de insumos é de 25 sacas. De acordo com dados do Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o custo total de produção na temporada 13/14 é de R$2.291,38. Considerando apenas o custo com insumos e outras despesas com a lavoura o custo operacional do Estado ficaria em R$1.344,07, contra R$1.042,45 praticados no mesmo período em março de 2012. 

Já a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê para a próxima temporada em Primavera do Leste, um importante município produtor do MT, valores mais baixos, com o custo final em R$1.941,83. Em Sorriso (MT), esse custo seria de R$1.901,00, segundo o órgão. 

Para o Paraná, a Conab prevê custos de produção na próxima safra abaixo dos praticados na temporada 12/13. Em Campo Mourão (PR), o custo de produção final para a soja geneticamente modificada deve sair dos R$1.631,87 praticados nesta safra, para R$1.520,37 no cultivo 13/14. Em Rio Verde, os preços deixariam os R$1.813,67 desta safra para R$1.712,65 para a 13/14.

Segundo Brandalizze, a tendência em curto prazo é de que os preços dos pacotes de insumos cheguem à estabilidade, com possíveis variações apenas nas cotações dos fertilizantes em função da maior procura e também do possível aumento na demanda dos produtores de cana-de-açúcar. 

Nas últimas duas semanas, a relação de troca para o produtor melhorou em mais de 1 saca com os ganhos na Bolsa de Chicago. No entanto, para o consultor, o ideal para o produtor é não deixar para a última hora a compra dos insumos, pois a finalização do plantio nos EUA pode prejudicar a relação de troca por insumos. 

Tags:

Por: Ana Paula Pereira
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Soja tem nova alta em Chicago, fica acima dos US$12/bushel, mas continuidade do movimento ainda depende do clima nos EUA
Paraguai: soja safrinha terá um dos menores rendimentos dos últimos anos, diz StoneX
Safra de soja do RS pode cair 15% por chuvas, com impacto em números do Brasil
Safra de soja do RS pode cair 15% por chuvas, com impacto em números do Brasil
Soja mantém movimento de alta e sobe mais de 1% em Chicago nesta 6ª; chuvas no RS em foco