Clima na América do Sul pressiona e soja fecha com forte baixa

Publicado em 02/01/2014 16:53

A soja fechou o primeiro pregão regular de 2014 com forte queda na Bolsa de Chicago. Os principais vencimentos da oleaginosa fecharam o dia perdendo mais de 20 pontos. O clima favorável na América do Sul é o principal fator de pressão para as cotações e, de acordo com a agência internacional Bloomberg, os futuros registraram a maior baixa em seis semanas no mercado internacional. 

As chuvas registradas no Brasil e, principalmente, na Argentina, reforçaram as expectativas de safras recordes em ambos os países. As recentes precipitações contribuem para a recuperação dos níveis de umidade do solo e devem ajudar a aumentar a produtividade das lavouras sulamericanas. 

"O clima agora é o principal, e está indo bem, choveu nos últimos dias e é isso que está pressionando o mercado", disse o analista de mercado Glauco Monte, da FCStone. 

Além das precipitações já registradas, as previsões para os próximos dias também pesam sobre os negócios, uma vez que já indicam semanas mais chuvosas. Um relatório divulgado nesta quinta-feira (2) pelo Commodity Weather Group LLC, instituto norte-americano de meteorologia, em regiões da Argentina deve chover no período dos próximos 6 a 15 dias, e mais chuvas são esperadas também para o Brasil nas próximas duas semanas. 

"A estabilização das condições da safra na Argentina e boas condições no Brasil podem manter a soja sob pressão. E o período é importante, já que o enchimento das vagens na Argentina acontece do meio de fevereiro para o meio de março e, no Brasil, do começo de fevereiro até o começo de março", disse um analista internacional à Bloomberg. 

Para Monte, esse cenário climático favorável mostra a consolidação das safras brasileira e argentina, as quais devem chegar a quase 90 milhões de toneladas e superar as 50 milhões, respectivamente. Assim, o analista acredita que, com isso, a demanda deverá trocar sua origem e deixar as compras nos Estados Unidos para se voltar para a América do Sul. "E se isso acontecer sem maiores problemas, poderia pressionar os preços em Chicago". 

No entanto, se em função de problemas logísticos os embarques ficarem comprometidos e os compradores voltarem a buscar por produtos norte-americanos, as cotações podem voltar a ficar mais sustentadas. 

Essa semana, o mercado aguarda ainda pelos números das exportações semanais dos Estados Unidos que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga nesta sexta-feira (3). Quase todo o volume destinado para exportação nos EUA já está comprometido e essa forte demanda global pela oleaginosa norte-americana ainda dá suporte aos preços ou limita as baixas em Chicago, uma vez que os estoques de soja do país estão bastante apertados. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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