Soja ainda busca direção e opera com ligeiras baixas em Chicago

Publicado em 12/02/2014 08:10

Nesta quarta-feira (12), os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago operam com ligeiras baixas no pregão eletrônico. Por volta das 9h10 (horário de Brasília), as perdas eram pouco expressivas e variavam de 1 a 3,50 pontos nos principais vencimentos. Ao mesmo tempo, os preços do milho também registravam um pequeno recuo, enquanto o mercado do milho trabalhava em território misto. 

Como explicam os analistas, o mercado procura definir uma direção, mas ainda aguarda por informações novas sobre a demanda, que continua bastante aquecida, e também sobre o desenvolvimento da safra da América do Sul. As notícias de que a seca que já castiga as lavouras brasileiras há mais de dois meses começam a chegar ao mercado internacional e devem causar impactos nos preços, uma vez que a safra brasileira deverá ser reduzida e o Brasil se configura como o maior exportador mundial da oleaginosa. 

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira (11)

Soja: Mercado consegue consolidar ganhos e fecha em campo positivo

Na tarde desta terça-feira (11), o mercado da soja voltou a subir e fechou a sessão regular em campo positivo na Bolsa de Chicago. Os preços abriram o pregão em queda, ainda pressionados pelos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), mas conseguiram se recuperar e fecharam com ligeiros ganhos. 

Um dos motivos que estimulou a retomada do mercado foi a venda anunciada pelo departamento norte-americano de 116 mil toneladas para a China com entrega prevista para a safra 2014/15. 

"O relatório foi decepcionante, principalmente sobre os estoques dos Estados Unidos que foram mantidos em 4,08 milhões de toneladas (...) Algumas apostas que foram feitas em um relatório mais altista acabam desfeitas e vemos uma pressão no mercado", disse o analista de mercado da Agrinvest, Eduardo Vanin. 

Para o analista, o boletim de fevereiro do departamento norte-americano é, tradicionalmente, mais neutro dentro da sequência dos relatórios, mas, ainda assim, exerce influência sobre os negócios. Paralelamente, afirma também que esse é um mês, sazonalmente, de preços mais fracos. 

O departamento norte-americano trouxe um aumento da produção e dos estoques mundiais, além de uma manutenção dos estoques dos EUA e do reajuste positivo na safra brasileira, que passou de 89 milhões para 90 milhões de toneladas. 

Ao mesmo tempo porém, como explica Vanin, o USDA aumentou ligeiramente as projeções para as exportações norte-americanas de soja de 40,69 para 41,1 milhões de toneladas, além de revisar para cima as importações dos EUA e também o volume de residual da oleaginosa no país. 

"Ainda temos, nesses dois números, importação e residual, algo em que o USDA pode mexer mais para frente. Mas, não ter ajustado as exportações para um número mais próximo da realidade, que é de 43 milhões de toneladas já comprometidas, o USDA espera essa troca da demanda dos EUA para a América do Sul e também uma rolagem de posições que sempre acontece de uma temporada para outra", diz. 

Fevereiro é um mês de definições para o mercado internacional da soja, com um posicionamento mais claro, principalmente, sobre o posicionamento da China frente à entrada da nova oferta sulamericana. Além disso, o mercado observa também o desenvolvimento da produção brasileira, além do programa de exportação do Brasil, que se inicia, efetivamente, nesse mês.  

Assim, aproveitando as boas altas registrada anteriormente, foram aproveitadas pelos produtores norte-americanos para uma maior fixação de suas vendas, movimento que foi iniciado na última semana. A manutenção dos basis (prêmios no mercado norte-americano) estimularam ainda mais essas operações. 

Mercado Interno - No mercado interno, além da influência do dólar, Vanin afirma que os preços também serão formados a partir da eficiência da logísita brasileira, principalmente sobre a capacidade de embarque diante da aquecida demanda chinesa.

"Essa demanda vem para o Brasil ao conseguirmos manter o tempo de espera dos navios até 30 dias, que é o que tem acontecido até o momento. No ano passado, esse tempo passava de 40 dias. Então, o Brasil conseguindo manter esse ritmo, a demanda, inevitavelmente, se voltará para o Brasil. Caso contrário, teremos problema com o encarecimento do frete, dificuldades de armazenagem", acredita o analista da Agrinvest.

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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