Em Chicago, soja tem manhã de alta com demanda ainda forte

Publicado em 29/05/2014 08:13

O mercado da soja registra uma ligeira alta na manhã desta quinta-feira (29) na Bolsa de Chicago. Os contratos mais negociados subiam, por volta das 7h50 (horário de Brasília), entre 6,25 e 9,75 pontos e o julho/14 já recuperava o patamar dos US$ 15 por bushel. 

Os preços da oleaginosa ainda encontram estímulo para novas altas diante das notícias sobre os fundamentos, principalmente os que se referem à demanda. Apesar da falta de produto disponível nos Estados Unidos, novas vendas continuam sendo registradas no país e ajustam ainda mais a situação dos estoques locais, os quais já são historicamente baixos. 

Nesta quinta, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga seu novo boletim de vendas para exportação e pode aumentar ainda mais o volume de vendas acumulado no ano safra. O total passa de 44 milhões de toneladas, enquanto o departamento estima quem, em toda a temporada 2013/14, os Estados Unidos exportem 43,5 milhões de toneladas. 

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Soja tem pregão volátil mas fecha o dia em alta em Chicago

Nesta quarta-feira (28), o mercado da soja registrou um pregão de forte volatilidade, mas conseguiu fechar os negócios em campo positivo na Bolsa de Chicago. Os ganhos dos principais contratos ficaram entre 3,25 e 9 pontos, com o vencimento julho/14, o mais negociado nesse momento, valendo US$ 14,97 por bushel. 

Se de um lado a boa evolução do plantio da nova safra de grãos dos Estados Unidos causou um desconforto entre os investidores, que optaram pela realização de lucros na sessão desta terça (27), de outro o mercado ainda conta com o suporte da demanda aquecida pelo produto norte-americano frente à falta de produto disponível no país. 

A procura pela soja dos Estados Unidos não é intensa só em relação à safra velha - 2013/14 - onde o volume comprometido para exportação já supera de longe a última estimativa do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de 43,5 milhões de toneladas - mas também pela oleaginosa da safra nova. 

Nesta quarta, o departamento norte-americano anunciou a venda de 110 mil toneladas de soja para a China e mais 172 mil toneladas para as Filipinas. Os números do acumulado das duas temporadas, no entanto, serão atualizados ainda nesta semana com a divulgação do novo relatório de vendas para exportação. 

"Sabemos que os temas mais recorrentes nesse ano têm sido a grande demanda pela soja norte-americana e a consequente queda nos estoques dos Estados Unidos", explica Camilo Motter, economista e analista de mercado da Granoeste Corretora. "Porém, nos últimos dias já se começa a ver uma pressão maior da safra norte-americano e do plantio", completa. 

Apesar desse quadro de fundamentos que se mantém positivo, aos poucos o mercado vai voltando sua atenção para o plantio nos Estados Unidos e, principalmente, no comportamento do clima nas principais regiões produtoras do país. 

As últimas semanas foram de temperaturas adequadas e chuvas na medida certa, o que fez com que o plantio da soja chegasse a 59% até o último domingo (25), contra uma média histórica para esse mesmo período de 41%. As informações são do boletim de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportado nesta terça-feira (27). 

Mercado Técnico: Atuação dos fundos ainda é grande

Além da nova safra norte-americana e dos fundamentos ainda latentes influenciando o andamento dos negócios, a movimentação dos fundos de investimento também têm sua importância. Segundo Motter, julho deverá ser um mês com uma forte rolagem de contratou ou simplesmente uma liquidação de parte de suas posições. 

"Pode haver uma venda simples dos contratos, o que pressiona o mercado, ou uma saída desses contratos e recompra na posição novembro, o que poderia encurtar o spread entre julho e novembro, que hoje varia entre US$ 2,00 e US$ 2,50. Porém, as condições de campo também irão influenciar as decisões do fundo, principalmente no longo prazo, mesmo que eles trabalhem mais com as questões técnicas", explica o analista.

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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