Soja sobe pela terceira sessão consecutiva nesta 5ª na CBOT com clima mais quente e seco nos EUA

Publicado em 14/07/2016 08:45

O avanço dos preços da soja continua na Bolsa de Chicago. As cotações da oleaginosa, na sessão desta quinta-feira (14), subiam mais de 1% - ou mais de 10 pontos - entre as posições mais negociadas, por volta das 8h25 (horário de Brasília), e levavam o contrato novembro/16 aos US$ 11,17 por bushel. Esse é o terceiro pregão consecutivo de ganhos para a commodity. 

Os analistas seguem atribuindo as recentes altas às últimas previsões climáticas que indicam que os próximos 15 dias deverão ser de menos chuvas e altas temperaturas no Meio-Oeste americano, condições que poderiam trazer alguma ameaça à produtividade da soja norte-americana. Esse padrão de clima poderia, segundo informações de agências internacionais, se estender até o início de agosto.  

Até o último domingo (9), 71% das lavouras dos EUA se mostravam em boas ou excelentes condições. Novos números serão divulgados na segunda-feira (18) pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

Ainda nesta quinta-feira chegam os dados das vendas semanais para exportação dos Estados Unidos, os quais têm se mostrado fortes nas últimas semanas e, caso isso se repita nesta semana, o mercado na CBOT poderia encontrar mais um fator de estímulo para as cotações. 

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Soja fecha o dia com altas de mais de 1% nos portos do Brasil diante do avanço na CBOT e prêmios 

Nesta quarta-feira (13), os preços da soja praticados no Brasil voltaram a subir e terminaram o dia com ganhos de mais de 2% em suas principais referências. Dois componentes do tripé - Bolsa de Chicago, prêmios e dólar - que formam as cotações internamente se mostram positivas e ajudam na recuperação após as baixas recentes. No mercado futuro norte-americano, os futuros da oleaginosa terminaram o pregão subindo mais de 20 pontos e os valores pagos nos portos acima da CBOT enconstam nos US$ 2,00, o que leva a soja brasileira, portanto, a superar os US$ 13,00 por bushel. 

Nesse quadro, o produto disponível em Paranaguá fechou com R$ 92,00 por saca, subindo 2,22%, enquanto em Rio Grande, o ganho foi de 1,67% para R$ 87,60. No terminal gaúcho, ao longo do dia, os preços chegaram a bater perto dos R$ 90,50 por saca. No mercado futuro, a soja fechou com R$ 86,00 em Paranaguá e R$ 87,00 em Rio Grande, avançando, respectivamente, 2,14% e 1,75%. A moeda norte-americana encerrou o dia com recuo de 0,71%, a R$  3,2745, após bater em R$ 3,2719 na mínima do dia. 

Entretanto, apesar desse início de retomada dos preços, os negócios no mercado nacional continuam trabalhando com pouco ritmo e acontecendo somente para poucos volumes ou para concluir operações já agendadas previamente. O padrão na maior parte das praças de comercialização, segundo explicam analistas e relatam produtores, é de vendedores retraídos, aguardando por melhores momentos e diante da pouca oferta disponível para novos negócios. Para a soja da safra nova, os melhores momentos até agora já passaram e, com referências mais baixas, os negócios também se mostram mais escassos. 

"A disponibilidade de soja (da safra 2015/16) é extremamente baixa em quase todo Centro-Sul, sendo que o Centro-Oeste e a região Norte são os mercados com menor volume. Sou amigável a altas para a soja da safra velha, já que a escassez nestas regiões promoverá a valorização da oleaginosa", afirma o consultor da Terra Agronegócios, Ênio Fernandes. 

Leia mais:

>> Soja: Apesar de prêmios fortes, oferta baixa mantém negócios limitados no BR

De acordo com os últimos números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil já exportou mais de 36 milhões de toneladas da oleaginosa e, ao alcançar as 7 milhões de toneladas projetadas para este mês, o acumulado no  ano chegaria as 43,7 milhões e deixando mais próximo o objetivo de 55 milhões em todo 2016. "Isso continua mostrando que vem aperto no abastecimento", diz o consultor da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.

Bolsa de Chicago

E esses ganhos registrados em Chicago, que levaram o vencimento novembro/16, referência para a nova safra americana, a terminar a sessão com US$ 11,12 por bushel, após bater na máxima do dia em US$ 11,19, foi motivada, mais uma vez, pelas previsões de um clima mais seco no Meio-Oeste norte-americano nos próximos dias. 

"Estamos no meio do mercado de clima nos Estados Unidos", diz o analista de mercado Anderson Galvão, da Celeres Consultoria. "Estamos com previsão de um clima quente, seco, e isso motivou essas altas dos últimos dias. Mas, do 
ponto de vista agrícola, a safra americana vai bem e não tem nenhum problema a frente. Mas, os ruídos são suficientes para, no curto prazo, os investidores revisarem suas posições", completa. 

O Corn Belt, de acordo com os últimos mapas climáticos, ilustrados a seguir,  do NOAA - o departamento oficial de clima dos EUA - deverá contar com temperaturas bastante elevadas, acima da média para essa época do ano - e com chuvas que podem ficar abaixo do normal em um itervalo dos próximos 6 a 10 e 8 a 14 dias. "O mais recente modelo indica uma área maciça de calor no coração do Corn Belt. Isto é acompanhado por precipitação inferior ao normal. Parece que o mercado está empurrando um prêmio de risco firmemente nos mercados de soja e milho", segundo noticiou o portal internacional Agrimoney, nesta quarta-feira.

 

Chuvas previstas nos EUA entre os dias 20 a 26 de julho - Fonte: NOAA

Temperaturas previstas nos EUA entre os dias 20 a 26 de julho - Fonte: NOAA

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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