Soja consolida patamar de US$ 10/bu na CBOT nesta 4ª feira e preço sobe mais de 4% nos portos

Publicado em 26/10/2016 16:42

Nesta quarta-feira (26), as cotações futuras da soja negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão com fortes altas. Os contratos da oleaginosa ampliaram os ganhos ao longo do dia e finalizaram a sessão com valorizações de mais 18 pontos. As principais posições da commodity romperam e se sustentaram acima do patamar de US$ 10,00 por bushel, com o novembro/16 a US$ 10,10 por bushel.

Segundo explica o economista e analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, houve também uma movimentação técnica do pregão desta quarta-feira. "Tivemos a posição novembro/16 rompendo um importante patamar de resistência, de US$ 9,94 por bushel. Nos últimos pregões, o contrato já havia superado esse nível, mas sempre recuava no final de cada sessão", pondera.

Do lado fundamental, o especialista ainda reforça que três grandes variáveis dão suporte aos preços da oleaginosa: a demanda firme, o clima no Meio-Oeste americano e o comportamento do clima no Brasil. "No caso da demanda, os EUA têm batido todos os recordes de exportação e ritmo das vendas para exportação", reforça Motter.

Os embarques do grão americano permanecem aquecidos e até esse momento, em torno de 32 milhões de toneladas de soja já foram comprometidas. Conforme os números oficiais, o volume está 26% acima do registrado em igual período de 2015. A projeção para as exportações dessa temporada é de 55,11 milhões de toneladas, ainda conforme os números oficiais. Nesta quinta-feira (27), o órgão traz seu novo boletim de vendas para exportação.

Clima no Meio-Oeste

Até o momento, cerca de 76% da área cultivada com a soja nos EUA já foi colhida, de acordo com levantamento do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). No mesmo período do ano passado, o índice já superava 80%, ainda segundo as projeções oficiais.

"Temos nesse instante, especialmente no norte do EUA chuvas e essa é a região que esfria primeiro. E temos um importante estado nessa área que é Minnesota, terceiro maior produtor do grão no país", destaca o economista.

América do Sul

As consultorias privadas indicam que, até o momento, o plantio da soja já está completo em 28% da área projetada no Brasil. "Porém, ainda temos chuvas irregulares no Brasil, com excesso de chuvas no Sul do país e tempo mais seco ao Norte e Nordeste", ressalta Motter.

E, em meio a esse cenário de demanda aquecida, atraso na colheita nos EUA e certa irregularidade nas chuvas no Brasil, os fundos de investimentos voltaram à ponta compradora do mercado, conforme diz o economista. "Tecnicamente o mercado aponta para cima, mas ainda vamos depender dos sinais dos fundamentos", alerta.

Mercado brasileiro

No Brasil, as cotações apresentaram ligeiras oscilações nesta quarta-feira (26). Em São Gabriel do Oeste (MS), o valor subiu 3,79%, com a saca do grão a R$ 68,50. Em Ubiratã e Londrina, os ganhos foram de 0,76%, com a saca a R$ 66,50. No Oeste da Bahia, a saca ficou em R$ 65,38, com ganho de 0,97%.

Já em Panambi (RS), o valor caiu 0,81%, com a saca a R$ 66,00. Em Não-me-toque (RS), o recuo foi de 0,76%, com a saca a R$ 65,00. No caso da Jataí (GO), o preço cedeu 0,52%, com a saca a R$ 64,66. Nos portos, os preços foram impulsionados pelos ganhos em Chicago e também no dólar.

No terminal de Rio Grande, o disponível subiu 4,81%, com a saca a R$ 76,20. O valor futuro ficou em R$ 79,50 a saca, com alta de 2,85%. Em Paranaguá, a alta do disponível ficou em 1,99%, com a saca a R$ 77,00 e o preço futuro fechou o dia a R$ 76,00 a saca e ganho de 1,33%.

"Apesar dos ganhos, não tivemos negócios realizados. Com essa alta momentânea, o produtor fica com receio de fechar alguma negociação e prefere esperar para ver o que irá acontecer nos próximos dias. Acredito que, temos o mercado em aberto ainda e pior momento temporada nós passamos nos últimos dias, com o câmbio caindo", diz Motter.

Dólar

A moeda norte-americana subiu mais de 1,15% nesta quarta-feira e fechou a sessão a R$ 3,1423 na venda. Segundo a Reuters, o câmbio passou por uma correção técnica depois das recentes quedas.

Confira como fecharam os preços nesta quarta-feira:

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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