Preços da soja sobem até 4,3% nos portos do BR e ainda se sustentam na combinação de prêmios e dólar

Publicado em 04/09/2018 18:10

Os preços da soja no Brasil subiram de forma quase generalizada nesta terça-feira, acompanhando os altos valores dos prêmios - principalmente para o produto disponível - e o dólar, que segue acima dos R$ 4,10.

No porto de Paranaguá, o produto disponível subiu 4,35% para R$ 96,00 por saca, enquanto em Rio Grande foi a R$ 92,00, subindo 0,55%. Na referência seguinte, a oleaginosa em R$ 92,50 no terminal gaúcho, com alta de 0,54%. 

Para a safra nova, a alta também foi significativa - de 1,18% - e fechou com R$ 86,00 também em Paranaguá. Posto Rio Grande, ao longo do dia, com entrega maio e pagamento início de junho, o valor de referência foi de R$ 88,00 por saca. Passou a R$ 89,00 com entrega junho, pagamento no fim do mesmo mês.

A composição de câmbio e prêmios contiuna sendo o principal combustível para os preços da soja no mercado nacional, como explica o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora. De Chicago, afinal, as reações não deverão chegar em um espaço curto de tempo, uma vez que o mercado internacional ainda sente a pressão de uma grande oferta vinda dos EUA - onde a colheita está prestes a ser iniciada - e da guerra comercial ainda em curso dos americanos com os chineses. 

Somente nesta terça-feira, diante dessa falta de reação das cotações externas e de uma demanda forte pela soja do Brasil, os prêmios subiram entre 1,56% e 4,88%, com o outubro e novembro como posições de entrega carregando, respectivamente, 210 e 215 pontos acima da Bolsa de Chicago. 

No mercado cambial, a moeda americana testou os dois lados da tabela e terminou o dia praticamente estável, com uma leve alta de 0,03% e R$ 4,1531. Na máxima do dia, a divisa foi a R$ 4,1947. 

"O mercado aguarda os desdobramentos das negociações entre os Estados Unidos e o Canadá, além da imposição de novas alíquotas já anunciadas pelo governo norte-americano aos produtos chineses. Com isso, o clima segue de cautela, o que tem atingido, além das bolsas europeias, as moedas dos países emergentes", justificou mais cedo o banco Bradesco em relatório, quando o dólar rondava as máximas do dia, segundo noticiou a Reuters.

Leia mais:

>> Dólar fecha praticamente estável ante o real; cautela com exterior e eleições continua

Bolsa de Chicago

No mercado internacional, a soja também testou os dois lados da tabela e fechou o pregão desta terça-feira com pequenas altas 0,25 a 0,75 ponto entre as principais cotações. Assim, o novembro/18 - que é referência para os preços agora - ficou em US$ 8,44 por bushel. 

Como explicou o analista de mercado da Price Futures Group, Jack Scoville, a demanda pela soja americana - com muitos compradores extra China focados no produto dos EUA - é muito intensa neste momento, dados os preços mais competitivos, porém, a pressão da chegada da nova safra ao mercado ainda pode pesar um pouco mais agressivamente sobre as cotações. 

E na disputa entre essas duas frentes, os traders seguem buscando um direcionamento para as cotações. 

Veja, no link abaixo, a íntegra da entrevista de Jack Scoville, direto de Chicago, ao Notícias Agrícolas:

>> Soja: Demanda é forte nos EUA, mas pressão da oferta pode levar preços a patamares menores pontualmente

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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