Soja: Mercado intensifica recuo e atua com baixas de dois dígitos em Chicago na tarde desta 4ª

Publicado em 10/10/2018 13:56

As cotações da soja intensificaram suas baixas no início da tarde desta quarta-feira (10) e passaram a atuar com perdas de dois dígitos na Bolsa de Chicago. Por volta de 13h40 (horário de Brasília), os futuros da commodity cediam mais de 12 pontos nos principais contratos, com o maio/19 voltando a perder os US$ 9,00 por bushel, sendo cotado a US$ 8,89. 

O mercado segue se ajustando à espera do novo boletim mensal de oferta e demanda que será divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e as expectativas indicam um aumento nas estimativas da instituição para a safra e os estoques norte-americanos, segundo explicam analistas e consultores internacionais. 

Ainda assim, apesar do foco maior estar sobre o novo boletim do USDA, o mercado, segundo explicam analistas de mercado da consultoria internacional Allendale, Inc., também seguem no radar outros fatores a serem observados pelos traders. 

"O relatório é o que mais chama a atenção agora, mas a chegada de um furacão aos EUA - que já castigou parte da Flórida - um ritmo mais lento do que o esperado para a colheita e mais chuvas chegando ao Meio-Oeste dos EUA também estão sendo considerados pelo mercado neste momento", diz o reporte da consultoria. 

Os números do boletim semanal da acompanhamento de safras do USDA divulgado no final da tarde de ontem mostrou 32% da área de soja colhidos, contra 23% da semana anterior, 34% do ano passado e 36% de média dos últimos cinco anos. A expectativa do mercado, porém, era de 39% para a oleaginosa. 
 
"A ARC já alerta que apesar de atrasos, não deveremos observar perdas significantes para a produção da soja, em nível nacional. O milho já entra em uma situação mais delicada, onde problemas de excesso hídrico acentua os danos por doenças de final de ciclo", explicam os analistas de mercado da AgResource Mercosul (ARC).

Paralelamente, apesar de já conhecida, a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos e a ainda distante possibilidade de um acordo entre os dois países também segue pressionando os preços e limitando, ao menos por enquanto, qualquer possibilidade de recuperação dos preços. 

A demanda pela soja norte-americana está, afinal, sendo prejudicada, o que pode ser observado nas vendas e embarques de grãos pelos EUA se comparados aos números do ano passado. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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