China compra de 17 a 18 navios de soja dos EUA e Chicago fecha com mais de 2% de alta

Publicado em 30/04/2020 16:40 e atualizado em 01/05/2020 09:18

A China comprou entre 17 e 18 navios de soja dos EUA - ou mais de 1 milhão de toneladas - nestes últimos dias, segundo informação apurada pela Agrinvest Commodities nesta quinta-feira (30) e a notícia foi mais um combustível para as altas de mais de 2% dos futuros da commodity negociados na Bolsa de Chicago. 

"Estatais compraram a metade do volume, totalizando entre 800 mil e 1 milhão de toneladas, para embarques entre agosto e setembro", detalha a Agrinvest. Ainda segundo os analistas da corretora, o encarecimento da soja brasileira estimulou a procura da nação asiática pela soja norte-americana. 

Assim, o dia se encerra com altas de 13,50 a 18,50 pontos para os principais contratos da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago. O vencimento maio terminou os negócios com US$ 8,50 e o agosto, US$ 8,55 por bushel. 

O mercado já vinha registrando uma movimentação positiva desde o início da quinta-feira, quando o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe as vendas semanais de soja dos EUA acima de 1 milhão de toneladas. Apesar do total estar dentro das expectativas do mercado, a China se mostrou mais presente e o volume foi expressivamente maior do que o registrado nas últimas semanas. 

Na semana encerrada em 23 de abril, os EUA venderam 1.078,3 milhão de toneladas, contra expectativas de 700 mil a 1,2 milhão de toneladas e o destino principal da oleaginosa americana foi a China. O volume superou a semana anterior e a média das últimas quatro. Em todo o ano comercial, porém, o volume acumulado de 39,05 milhões ainda fica abaixo das mais de 45 milhões de toneladas do anterior, nesse mesmo período. 

Da safra nova, as vendas foram de 105 mil toneladas, e o mercado apostava em um intervalo de 100 mil a 400 mil toneladas. O México foi o destino principal. 

Além das informações do front da demanda, a alta do petróleo ajudou a catalisar os ganhos da soja no mercado internacional nesta quinta. Os futuros da commodity subiram mais de 20% na Bolsa de Nova York, com o barrindo sendo cotado a US$ 18,80 e o avanço respingou na oleaginosa. 
A semana tem sido de importante recuperação para o petróleo, mas o mercado ainda analista a consistência do movimento. 

"Os mercados firmes do petróleo e do diesel também trouxeram estímulos à soja. E se adiciona a isso uma recuperação também do real frente ao dólar e o resultado foi um rally da soja", disse o analista internacional Mike North, da Commodity Risk Management Group ao portal norte-americano Agriculture.com. 

Fatores que ainda limitam os preços da soja na Bolsa de Chicago continuam sendo os relacionados aos impactos do coronavírus para a economia mundial e as perspectivas de uma severa recessão. Na outra ponta, o início da nova safra norte-americana. 

A safra 2020/21 começa com condições de clima bastante favoráveis e o plantio caminha muito bem. Em seu último reporte semanal, o USDA indicou o plantio da nova temporada em 8% da área, bem acima do registrado no mesmo período do ano passado, quando o cenário era bastante adverso. 

Tags:

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Em Chicago, óleo despenca mais de 3% e pressiona ainda mais preços da soja nesta 3ª feira
Anec faz leve ajuste na exportação de soja do país em abril, que deve cair ante 2023
Apesar de altas no farelo e baixas intensas no óleo, soja trabalha com estabilidade em Chicago nesta 3ª
Soja em Chicago tem muita oscilação nesse inicio de semana, mas encerra com leves ganhos por conta da greve de processadores na Argentina
Greve na Argentina leva farelo a subir mais de 2% e soja acompanha altas em Chicago nesta 2ª