Soja: Farelo sobe 3% na CBOT com clima ruim na Argentina e puxa também o grão

Publicado em 07/01/2022 13:58

Os preços da soja voltaram a subir na Bolsa de Chicago na tarde desta sexta-feira (7). O mercado registrava altas de 9,50 a 19,50 pontos nos principais contratos, com o janeiro sendo cotado a US$ 13,86 e o maio - referência para a safra brasileira - valendo US$ 14,15 por bushel. Os ganhos do grão acompanham os ganhos do farelo, que voltou a subir na tarde de hoje. 

No mesmo momento, os futuros do derivado tinham altas de mais de 3%. O mercado do farelo de soja sobe de olho nas preocupações sobre a safra da Argentina, uma vez que é de lá que vem a maior parte das exportações do subproduto. Ontem, o Ministério da Agricultura local e a Bolsa de Cereales de Buenos Aires apontaram a continuidade das adversidades climáticas e uma piora nas lavouras de soja - e milho - do país. 

"Os próximos dias devem ser de calor intenso em nossos vizinhos, com temperaturas médias oito graus acima do histórico para o período. Com altas temperaturas e poucas precipitações, lavouras argentinas devem passar por momentos difíceis até a entrada de uma nova frente fria na segunda quinzena do mês", afirma o time da Agrinvest Commodities. 

O mercado do farelo vê as preocupações crescerem com a safra da matéria-prima em sua principal origem comprometida pelo clima em um momento onde a oferta do derivado segue bastante comprometida. E mais do que isso, os demais países produtores de soja da América do Sul também continuam sofrendo com adversidades climáticas e quebras de produção. 

No Brasil, somente o sul do país já acumula uma perda, de acordo com algumas consultorias, de 15 milhões de toneladas. E no Centro-Oeste, onde chove demais, as regiões relatam perdas de qualidade, dificuldade para o avanço da colheita e a pressão maior de algumas doenças, especialmente as fúngicas. 

Além das questões climáticas, o mercado hoje também se apoia em uma nova venda de soja anunciada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) para destinos não revelados, o qual o mercado especula ser a China. Foram 120 mil toneladas da safra 2022/23. 

"Nas últimas semanas a China teria comprado mais de 10 barcos para embarque outubro, safra 2022/23", complementa a Agrinvest. 
 

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Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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