INTERNACIONAL: Governo argentino afirma que bloqueio da China não reduziu exportações de óleo de soja

Publicado em 21/07/2010 15:08
Como uma tentativa de minimizar o impacto das restrições da China às exportações de óleo de soja argentino, a Oncca (Programa Nacional de Controle de Comércio Agrícola) afirmou ontem que as exportações deste produto cresceram 65% em junho e 20% em maio, comparadas aos meses de 2009.
                                    
 “Em maio de 2010 foi autorizada a exportação de 505.322 toneladas de óleo de soja, em junho, 750.088, e nos primeiros quinze dias de julho já se aprovou a embarcação de 612.096”, afirmou o presidente da Oncca, Juan Manuel Campillo. Segundo informações, “isto mostra que as vendas externas de óleo de soja continuam crescendo de maneira sólida”.

No entanto, os dados foram colocados em dúvida por vários analistas e executivos dda exportação, que afirmam que o governo está fazendo uma interpretação forçada dos números para demonstrar que o conflito com a China não vem causando impactos muito expressivos no comércio exterior argentino. 

 “É muito fácil comparar as exportações do ano passado com as deste ano e encontrar altas, porque no ano passado a colheita da soja foi desastrosa por efeito da seca. Obviamente as exportações cresceram se comparadas a 2009, pois estamos falando de duas safras muito diferentes. No último ano foram 32 milhões de toneladas colhidas, contra 55 milhões nesta campanha”, afirmou o analista Ricardo Baccarín.

 Outro ponto abordado foi o câmbio dos destinos, já que no ano passado o cliente predominante foi a China,e em 2010 nota-se uma presença muito forte da Índia como comprador de óleo de soja, e paga US$50 a menos por tonelada. 

“A Índia paga menos pelo óleo, o que significa um prejuízo para a indústria e para os produtores. Não é ruim conseguir mercados alternativos, mas não podemos nos dar o luxo de desperdiçar a China, que constitui um mercado muito importante para os nossos mercados”, disse Ernesto Ambrossetti, economista da Sociedad Rural.

Depois da tentativa da presidente argentina Cristina Kirchner não ter tido um resultado definitivo sobre o conflito, analistas e exportadores acreditam que a solução não deve vir nos próximos meses.

Com informações do La Nacion
Tradução: Carla Mendes

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Fonte: Redação NA

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