Inoculação a cada safra é fundamental para aumentar rendimento da soja

Publicado em 14/10/2010 07:30 e atualizado em 14/10/2010 09:53
Embora, em geral, não seja detectada a deficiência de nitrogênio na cultura da soja em áreas onde tradicionalmente se cultiva esta espécie no Brasil, ganhos significativos no rendimento de grãos têm sido alcançados quando a aplicação de inoculantes nas sementes - com estirpes de bactérias fixadoras de nitrogênio - é realizada todos os anos. Resultados de estudos da Embrapa com diferentes cultivares e diversos sistemas de manejo, nas principais regiões produtoras de soja no País, abrangendo as regiões Sul e Centro-Oeste, indicam, em média, aumento em torno de 4,5% no rendimento da cultura.

De acordo com pesquisa realizada na Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS), nas últimas dez safras de soja (2000/2001 a 2009/2010), em áreas de cultivos tradicionais e com população elevada da bactéria (rizóbio), que nodula e fixa nitrogênio em soja, mostraram que os ganhos de rendimento de grãos com a reinoculação (inoculação a cada safra) foram, em média, de 9,1% em relação às plantas que não haviam sido inoculadas nos mesmos períodos considerados. O ganho potencial representou um saldo de quase três mil quilos de grãos por hectare, considerando as dez safras avaliadas.

“O produtor deve usar o inoculante sempre, em todas as safras, mesmo porque é um insumo de baixo custo e o seu uso traz retornos econômicos significativos para o agricultor”, explica o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Fábio Martins Mercante.

Fatores nutricionais ou ambientais também devem ser considerados para aumentar os benefícios do uso de inoculantes na cultura da soja. A fixação biológica de N2 pode ser afetada drasticamente, por exemplo, pela deficiência de fósforo (P). Da mesma maneira, a falta de cálcio (Ca) pode afetar o desenvolvimento da planta, o estabelecimento da bactéria e a interação planta-rizóbio.

O pesquisador relaciona ainda os fatores ambientais, como temperaturas elevadas do solo (principalmente acima de 36ºC) e estresse hídrico, que afetam desde a sobrevivência da bactéria até as etapas da interação entre a planta e a bactéria (rizóbio). “Nesta situação, manejos do solo mais conservacionistas, como o sistema plantio direto, são de extrema importância, porque contribuem significativamente para a redução da temperatura nas camadas mais superficiais, além de contribuir para manutenção da umidade do solo”, explica.

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Fonte: Só Notícias

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