Grãos: Produtor acredita em preço melhor

Publicado em 19/10/2010 07:31
As estratégias de venda dos produtores norte-americanos revelam que boa parte aposta em cotações melhores que as atuais. Apesar dos indícios de que a comercialização está acelerada, com a produção seguindo direto das lavouras para a exportação, é fácil encontrar quem vendeu apenas um terço da produção e aguarda picos de preço para fechar novos negócios.

Armazéns como o “paiol de chão” – uma espécie de silo inflável – se tornaram menos essenciais, relata Craig Stevens, especialista em vendas da Ceres Solutions em Rensselear (Indiana). Neste ano, não há tanta necessidade de estocar a safra, considera. No posto que a Consolidate GrainBarge mantém em Utica (Illinois) à margem do Rio Illinois, 80% da capacidade de armazenagem de 100 mil toneladas estão ociosos. Os produtores usam menos também os armazéns próprios. “Com umidade abaixo de 15% e pouca sujeira, o milho sai direto das lavouras para as barcaças e segue ao Golfo do México, num percurso de 14 a 17 dias”, relata David Hillard, um dos diretores da Consolidate.

Apontados como os maiores produtores de grãos do Noroeste de Indiana, os irmãos David e Brandow Wuethrich venderam 30% da safra antes da colheita de 4 mil hectares de lavoura. “A produção foi boa, a colheita está adiantada, mas não acho uma boa estratégia vender mais do que um terço antes de setembro. A partir de agora, vamos negociar o restante e esperamos ter preços melhores”, disse David, ante cotações acima de US$ 11 por bushel de soja e de US$ 5 por bushel de milho.

Em Scales Mound (Noroeste de Illinois), o produtor Ken Peart relata ter vendido 60% da produção antes de encerrar a colheita. Apesar de se mostrar animado com o ritmo da comercialização, deixou perto de um terço da safra de grãos para negociar em cotações acima das atuais, numa tentativa de ampliar a renda da produção. Ele alcança neste ano média de 3,9 toneladas de soja e 12,6 toneladas de milho por hectare.

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Fonte: Gazeta do Povo

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